Lídia Pereira considera que é importante a "China assumir a sua responsabilidade no financiamento climático".
A eurodeputada Lídia Pereira considera que seria importante concluir compromissos na área da reflorestação durante a próxima cimeira do clima no Brasil, a COP30, mas destaca também a importância de a China assumir compromissos no financiamento climático.
Lídia Pereira, eleita pelo PSD, é deputada do Parlamento Europeu (PE) desde 2019 e foi até há pouco tempo presidente da Juventude do Partido Popular Europeu (a família política do PSD).
Preside à delegação do PE que estará na próxima cimeira do clima da ONU, a COP30, que se realiza em Belém, no Brasil, no próximo mês e em entrevista à agência Lusa destaca a importância das reuniões mundiais do clima, enfatiza a necessidade do diálogo, e recorda que as realidades políticas que mudaram no mundo também influenciam as decisões sobre as lutas contra o aquecimento global.
Questionada sobre o que seria uma boa cimeira respondeu que era importante que houvesse o compromisso da China na área do financiamento climático, um tema que tem sido, ano após ano, "um ponto muito difícil de acordo".
Relativamente aos objetivos de neutralidade carbónica, defende "mais clareza" de alguns países, "que ainda hoje hesitam nesse compromisso".
"Aquilo que eu acho essencial é que haja um maior compromisso, não só da União Europeia, mas das outras geografias do mundo", afirmou, insistindo "na importância da China assumir a sua responsabilidade no financiamento climático".
Lídia Pereira apelida mesmo de "teste" o que se vai observar sobre a China nas próximas semanas, se o país "é consequente com as suas ações".
Porque a China, observa, concedeu recentemente no estatuto de país em desenvolvimento dentro da Organização Mundial do Comércio e passou a ser designada como um país desenvolvido.
"Eu creio que é muito importante percebermos se a China vai também alterar o seu posicionamento no quadro da COP, no quadro das alterações climáticas e do financiamento climático para assumir a responsabilidade que lhe é devida, por ser já hoje, pelos níveis de PIB per capita, um país desenvolvido e assumir essa responsabilidade perante o mundo e perante todas as geografias", disse.
Na COP do Brasil, a primeira num país lusófono, vai perceber-se se a China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa (GEE) pretende "chegar à mesa das negociações e assumir essa responsabilidade" de contribuir para o financiamento climático.
Lídia Pereira diz que essa é uma das expectativas da cimeira mas, cautelosa quanto a resultados, fala de outras "expectativas elevadas que depois esbarram na realidade das negociações". Mas defende ainda assim que as cimeiras do clima da ONU, agora em 30.ª edição, continuam a ser "um espaço muito importante".
"Porque há uma prioridade na agenda mediática durante estas semanas para as soluções e para o diálogo que devemos continuar, no sentido de protegermos as novas gerações", assinala.
Questionada pela Lusa, dá exemplos de objetivos alcançados em anteriores cimeiras como o Protocolo de Quioto ou a proteção da camada do ozono.
"Se nós deixarmos de conversar sobre estes temas, e tendo em conta que estamos a falar do ambiente, de alterações climáticas que têm efeitos no planeta inteiro, eu creio que não estaremos a caminhar no bom sentido", diz, enaltecendo o papel da ONU na promoção do multilateralismo e do diálogo e que credibiliza ações.
Mas não serão demasiado lentas as negociações sobre a redução das emissões de GEE? Lídia Pereira não crê que se ande devagar.
"Nós não estamos é imunes ao contexto político". "Eu gostava que pudéssemos andar mais rápido porque o relógio não para. Mas não podemos ficar indiferentes à realidade política que se vive no mundo, que se vive em Portugal e que se vive na União Europeia", diz apontando que mesmo na União Europeia há 27 posições que precisam de ser conjugadas.
Neste momento, "eu creio que o multilateralismo, o diálogo, continuam a ser essenciais e mesmo que isso nos provoque alguma desaceleração ou alguns obstáculos no caminho, continua a ser o caminho privilegiado", defende.
A COP30 realiza-se no Brasil de 10 a 21 de novembro. A delegação do PE estará presente durante os trabalhos, em coordenação com a Comissão Europeia e com o Conselho Europeu.
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