Trabalhadores reivindicam reforço de funcionários.
Greve de pessoal não docente fecha escolas de Norte a Sul do País
Greve de pessoal não docente fecha agrupamento de escolas em Lisboa
Os três estabelecimentos do Agrupamento de Escolas Eça de Queirós, em Lisboa, estão encerrados desde as 07h00 de hoje devido à greve dos trabalhadores não docentes, que reivindicam um reforço de funcionários, disse à Lusa uma fonte sindical.
Os trabalhadores não docentes do Agrupamento de Escolas Eça de Queiroz estão em greve esta terça e quarta-feira, entre as 07h00 e as 12h00, período durante o qual os estabelecimentos de ensino estarão fechados.
Os trabalhadores estiveram durante a manhã desta terça-feira concentrados junto à Escola EB 1 e JI Vasco da Gama.
Em declarações à agência Lusa, Francelina Pereira, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, disse que o problema das escolas deste agrupamento é transversal à grande maioria dos estabelecimentos do país.
"Só na escola Vasco da Gama temos 600 alunos para 13 assistentes operacionais, sendo que alguns estão de baixa, outros foram deslocados para outros serviços", disse.
Francelina Pereira destacou a "urgência de reforçar o pessoal não docente nas escolas" e realçou que "as crianças e jovens estão a ser sujeitas a falta de acompanhamento".
Na segunda-feira, o Ministério da Educação lembrou que algumas escolas demoraram a iniciar o processo de contratação de funcionários, referindo que há muito mais assistentes e novas formas de colmatar as necessidades dos estabelecimentos de ensino.
Questionada pela Lusa sobre as declarações de Tiago Brandão Rodrigues, Francelina Pereira disse que acompanha há anos a situação nas escolas e considera que "nunca estiveram tão mal como agora".
"As declarações do ministro são vergonhosas. O ministério e as autarquias vão empurrando responsabilidades com a barriga. Nós estamos num limbo: as autarquias que assumem as escolas em janeiro dizem que é o ministério que tem de resolver, mas este também não resolve e a situação continua assim insustentável", disse.
Por causa da "grave situação que se vive nas escolas", a federação decidiu convocar uma greve nacional dos trabalhadores não docentes dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas da rede pública para o próximo dia 29 de novembro.
A estrutura sindical sublinha que a falta de pessoal não docente se arrasta "sem solução há anos, apesar das promessas dos sucessivos governos do PS, do PSD e CDS, e que no presente ano letivo se agravou".
Esta situação, salientam os sindicatos, tem sido demonstrada através da "luta desenvolvida por toda a comunidade escolar: sindicatos e trabalhadores. associações de pais e alunos com o encerramento de escolas por todo país".
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais exige ainda o fim da precariedade e a integração dos atuais trabalhadores precários, e a contratação imediata de mais 6.000 trabalhadores para os quadros.
Reivindica também "uma nova portaria de rácios e dignificação salarial e funcional, o fim do processo de desresponsabilização do Estado Central e de descentralização\municipalização da escola pública, uma escola pública universal, inclusiva e de qualidade".
Em entrevista à Lusa, o ministro da Educação disse que este é um problema antigo que tem vindo gradualmente a ser corrigido desde 2015 quando tomou posse como ministro, no anterior Governo.
"As escolas agora têm mais assistentes operacionais", indicou, salientando o reforço de cerca de 4.300 funcionários realizado no anterior mandato.
O ministro adiantou que foi também dada às escolas a possibilidade de contratar mais mil funcionários: "Alguns já estão nas escolas, outros ainda têm os processos em curso".
Greve do pessoal não docente encerra escola em Leiria A Escola Básica 2,3 Dr. Correia Mateus, em Leiria, está encerrada até às 12h00 de hoje, devido à greve do pessoal não docente, que reivindica mais trabalhadores.
"Há uma gravosa falta de pessoal, que coloca em causa não só a segurança das crianças e de toda a comunidade escolar, como as condições de trabalho dos assistentes operacionais, o que tem levado a um absentismo recorrente", disse à Lusa o responsável pelo setor da Educação do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro, Carlos Fontes.
Na escola, sede do Agrupamento Dr. Correia Mateus, estão colocados "10 funcionários para 630 alunos".
"Nesta escola há uma sala multideficiência com sete alunos com necessidades educativas especiais, dos quais quatro estão em cadeira de rodas, um desloca-se em andarilho e outro precisa de ser permanentemente acompanhado devido a convulsões, e só existe um trabalhador", revelou Carlos Fontes.
Para o dirigente, esta situação, que "se estende a todo o país", é "insustentável".
"O Ministério da Educação não investe nas escolas. São precisos mais 6.000 funcionários em todo o país para suprir as necessidades", sublinhou Carlos Fontes.
O dirigente salientou ainda que a tutela está a entregar as escolas aos municípios, no âmbito do processo de descentralização de competências, pelo que "não pretende investir, passando a responsabilidade para as Câmaras, o que não vai resultar".
"Quem paga são os trabalhadores e as crianças, pois a situação tem-se vindo a agravar e todos os inícios de ano letivo o sindicato alerta para a situação", rematou o responsável, lembrando que decorrerá uma greve nacional do pessoal não docente em todas as escolas no próximo dia 29.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.