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À beira da rutura: Sobram 87 camas em cuidados intensivos

“Há o risco de não conseguir receber todos os doentes com Covid-19 que precisem de Medicina Intensiva”, alerta coordenador nacional.

20 de novembro de 2020 às 01:30

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ginásios, exercício, pandemia
ginásios, exercício, pandemia Bienvenido Velasco / epa
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A declaração de João Gouveia, presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva, em resposta a uma pergunta do Presidente da República, foi esta quitna-feira o momento marcante no regresso das reuniões do Infarmed.

“Estou preocupado, não acho que estejamos em situação de catástrofe, ainda, mas estamos já em situação de rutura”, acrescentou o médico intensivista. Segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde, esta quinta-feira havia 458 doentes em UCI, mais 26 do que na véspera, e o valor mais alto desde o início da pandemia. Ou seja, segundo os dados revelados por João Gouveia, sobram apenas 87 camas em Intensivos num total de 545.

O coordenador explicou que ainda há uma “almofada” para chegar às 967 camas no País, mas só com “sacrifício da assistência aos outros doentes, e isso é uma fatura que vamos pagar no fim”.

Outro especialista, Manuel do Carmo Gomes, professor de Epidemiologia, afirmou que com a tendência atual o pico da segunda vaga será atingido na próxima semana, entre 25 e 30 de novembro, com 7 mil casos por dia. O médico especialista projeta que o pico de óbitos em Portugal ocorra a meio de dezembro, com cerca de uma centena de mortos por dia.

Ainda assim, o índice R (número médio de pessoas que cada infetado contagia) tem vindo a descer nos últimos dias, situando-se em 1,1. Carmo Gomes diz que é preciso “manter o R abaixo de 1 continuamente”, ou teremos uma média superior a 3 mil casos por dia até janeiro. Baltazar Nunes, do Instituto Ricardo Jorge, avisou que é preciso descer os níveis de mobilidade do País.

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