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Artigo exclusivo

‘Passaporte verde’ vai ser facultativo

Documento, em formato digital e/ou papel, servirá para comprovar a vacinação, testagem ou recuperação do novo coronavírus.

18 de março de 2021 às 01:30

O ‘passaporte verde’, ou certificado verde digital, será de utilização facultativa.

Portugal é um dos países que apoia a ideia, a par de outros do Sul da Europa e que estão dependentes do turismo, como Grécia, Espanha, Malta ou Itália. Já França, Alemanha e Países Baixos preferem outras alternativas. Serão os Estados-membros a decidir se o sistema avança ou não.

O documento, apresentado esta quarta-feira pela Comissão Europeia, servirá para comprovar a vacinação, testagem ou recuperação da Covid-19, e é expectável que esteja operacional em junho, a tempo das férias de verão. “Caberá aos Estados-membros decidir sobre o uso deste certificado”, esclareceu quarta-feira o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, na apresentação do projeto, em Bruxelas (Bélgica).

O documento não será obrigatório, pois a vacinação não é obrigatória na Europa “e também é possível que algumas pessoas que queiram ser vacinadas ainda não o estejam a ser porque existem diferentes prioridades nos diferentes processos de vacinação”, realçou o dirigente.

O objetivo é que este documento funcione de forma semelhante a um cartão de embarque para viagens e permita evitar restrições como a quarentena ou os testes de cada vez que se viaja. Estará disponível em formato digital e/ou papel, com um código QR para ser facilmente lido por dispositivos eletrónicos.

O certificado verde digital será disponibilizado gratuitamente e na língua nacional do cidadão e em inglês, de acordo com a proposta da Comissão Europeia, e será emitido por entidades de saúde, como hospitais e laboratórios, sugere a proposta.

O Correio da Manhã questionou o Ministério da Saúde sobre quais serão as entidades emitentes do documento em Portugal, mas não obteve resposta.

“A ideia é que seja possível que cada cidadão na Europa receba este certificado sem qualquer discriminação”, acrescentou Didier Reynders, notando que o livre-trânsito poderá ser usado por “todos os cidadãos europeus e as suas famílias, seja quando vivem na União Europeia ou no estrangeiro”.

pormenores

Autotestes de fora

O ‘passaporte verde’ deverá conter dados sobre vacinação, testes e recuperação de quem já teve Covid-19. Os resultados dos testes feitos em casa não deverão fazer parte do certificado verde digital, especifica a Comissão Europeia, devido à baixa fiabilidade dos resultados.

Mais discussão

A Comissão Europeia (CE) apresentou quarta-feira em Bruxelas, na Bélgica, as características do ‘passaporte verde’, mas até que este esteja operacional vai ser preciso debater o assunto com o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu, onde estão representados os Estados-membros. A CE espera que tudo esteja operacional em junho, ou seja, daqui a dois meses e meio.

Selo sanitário para revitalizar turismo

A Comissão Europeia propôs a criação de um selo sanitário para promover uma “reabertura segura” dos setores do turismo e hotelaria na UE: será uma identificação voluntária a ser usada pelos estabelecimentos este verão.

válido para viagens aéreas e terrestres

O certificado deverá ser válido para viagens aéreas e terrestres. Até junho, o executivo comunitário quer que seja definido um enquadramento técnico para garantir a segurança e interoperabilidade. n

a ser utilizado apenas durante a pandemia

O certificado será aplicado só durante a crise da Covid-19. “Quando a Organização Mundial de Saúde decretar o fim da pandemia, este instrumento deixará de ser usado”, esclareceu Didier Reynders. n

Países notificam quarentena ou teste

Se um Estado-membro continuar a exigir que os titulares de um ‘passaporte verde’ sejam sujeitos a quarentena ou um teste, deve notificar a Comissão e Estados-membros.

Documento terá validade na Suíça

O ‘passaporte verde’ será válido em todos os Estados-membros da UE e estará aberto à Islândia, Liechten- stein, Noruega e Suíça, este último país com forte presença portuguesa. n

Proteção de dados é uma preocupação

O presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, alerta para a necessidade de proteger os dados. “É preciso extraordinária cautela: quem vai tratar estes dados e como é que os vai proteger”, refere. “Tem de se evitar que os dados sejam abusivamente usados para outros fins, algo que acontece dada a apetência de setores da vida empresarial em aceder a dados que são apetecíveis para determinação de padrões de consumo ou padrões de saúde e doença”, frisa.

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