Apesar dos avanços na tecnologia, com os sistemas de satélite em crescente implementação, Bruno Farias referiu que "existe sempre o risco de uma ilha ficar completamente isolada".
A rede de radioamadores dos Açores desempenha um papel importante na manutenção das comunicações entre as ilhas em situações de falha de energia devido ao mau tempo ou sismos e, ao longo dos anos, tem intervindo em momentos críticos.
"Estamos sempre aqui para ajudar, seja numa emergência, urgência e mesmo no dia-a-dia. Há sempre um radioamador à escuta, pronto a ouvir um pedido de socorro", afirmou à agência Lusa Bruno Farias, secretário da Associação de Radioamadores dos Açores (ARA), a primeira a ser fundada na região, em 1976.
A rede de radioamadores do arquipélago integra seis associações: uma em São Miguel, outra em Santa Maria, Faial, São Jorge e duas na ilha Terceira. A mais recente é a de São Jorge, fundada há dois anos.
Bruno Farias sublinhou que ao longo dos anos os radioamadores açorianos têm sido chamados a intervir em momentos críticos, assinalando os casos do sismo de 1998 no Faial, a derrocada na Ribeira Quente (São Miguel), onde a 31 de outubro de 1997 a chuva intensa provocou derrocadas e 29 pessoas morreram soterradas, ou a passagem do furacão Lorenzo, em 2019.
Apesar dos avanços na tecnologia, com os sistemas de satélite em crescente implementação, Bruno Farias referiu que "existe sempre o risco de uma ilha ficar completamente isolada", em caso de catástrofes naturais.
"Fizemos ligação com a Proteção Civil. Fizemos ligações entre residentes e familiares no exterior. Consultas médicas marcadas e remarcadas através do rádio, nas Flores, durante a passagem do furacão. Eram enviadas mensagens entre famílias até serem restabelecidas as ligações", descreveu o secretário da ARA.
Mais recentemente, durante a passagem do furacão Gabrielle, em setembro, a rede de radioamadores do arquipélago teve também "um papel importante na manutenção de comunicações interilhas, garantindo redundância em situações de falha de energia e rede".
Foi uma operação conjunta com várias associações, que "mostrou o valor da cooperação e da preparação da comunidade radioamadora", realçou Bruno Farias.
A rede esteve de prevenção, durante toda a noite e madrugada, para a eventualidade de as comunicações falharem devido ao mau tempo, tendo-se verificado uma grande adesão dos radioamadores: "Pela primeira vez juntaram-se todas as associações dos Açores." Foram dados relatos de "falhas de energia na zona do Topo, em São Jorge".
"Cada ilha contou com pelo menos um operador disponível, muitos com mais do que uma estação ativa, e com canais diretos para entidades oficiais, como a Proteção Civil e os bombeiros, através de estações na Terceira e no Faial", explicou o representante, que fez a coordenação da rede na ocasião.
Os radioamadores destacam a fiabilidade das suas comunicações, mesmo nas condições mais adversas.
"Como temos acesso a um largo espetro de frequências, conseguimos, a qualquer hora do dia e com um pouco de fio, um equipamento ligado a uma bateria de um carro, falar para qualquer parte do mundo ou para qualquer ilha a partir de qualquer sítio, logo que tenhamos acesso a estes dois equipamentos", referiu.
Além das comunicações de emergência, os radioamadores mantêm-se também ativos em serviços de apoio diário, "mantendo vivo um espírito de entreajuda que, em momentos de crise, pode fazer a diferença".
"É esse o nosso plano e compromisso", vincou o secretário da Associação de Radioamadores dos Açores, recordando a amizade que ainda mantém com um faroleiro na ilha das Flores, em 2019, que apoiou numa altura em que "nas Lajes não havia nem telefone, nem internet, nada".
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