Governo aprovou estratégia para gestão da macroalga invasora "Rugulopteryx okamurae", que está "a alastrar de forma preocupante na costa portuguesa", segundo o comunicado do executivo.
A macroalga invasora "Rugulopteryx okamurae" foi detetada pela primeira vez em Portugal em 2019, em S. Miguel, e está já nas costas do continente, especialmente no Algarve e em Cascais, desconhecendo-se forma de a controlar.
Na terça-feira o Governo aprovou a Estratégia Nacional para a Gestão da Macroalga Invasora "Rugulopteryx okamurae", que está "a alastrar de forma preocupante na costa portuguesa", segundo um comunicado do executivo.
Trata-se de uma "espécie exótica de origem asiática que tem vindo a alastrar de forma preocupante na costa portuguesa, com especial incidência no Algarve e na zona de Cascais", referia o comunicado conjunto do Ministério do Ambiente e Energia e do Ministério da Agricultura e Mar.
Num documento sobre a alga a que a Lusa teve acesso indica-se que em Cascais a invasora surgiu no ano passado e, em quatro meses, foram retiradas 2.000 toneladas da espécie em apenas duas praias. A barreira de algas não diminuiu entretanto nas praias afetadas.
A espécie terá surgido em 2015 no estreito de Gibraltar, como espécie invasora. Nos Açores surgiu quatro anos depois, provavelmente vinda nas águas de lastro ou nos cascos de navios, e em poucos anos dominou habitats em superfícies rochosas na costa sul de S. Miguel. Em 2021 foi detetada no Faial.
A forma rápida como se reproduz leva a que se acumulem grandes quantidades de biomassa, levadas pelas correntes e chegando às praias, indica o documento, no qual se recorda que em julho de 2022 a alga foi incluída na lista de espécies exóticas invasoras que preocupam a União Europeia.
A "Rugulopteryx okamurae" é uma espécie perene de alga castanha das costas asiáticas cujo crescimento acelerado impede outras espécies de se desenvolverem, colonizando a maior parte do substrato rochoso do fundo do mar e levando a perda de biodiversidade.
Provoca um aumento massivo de biomassa, sem precedentes, e afeta a fauna local, a paisagem e as praias. O documento, da Câmara de Cascais, indica que a alga tem aplicações por exemplo na indústria farmacêutica e há projetos para o uso como composto e fertilizante na agricultura ou até na bioconstrução.
Segundo o documento, na Andaluzia a alga teve impacto na pesca, reduzindo a capturas de várias espécies e danificando as artes de pesca, e os municípios gastaram 1,2 milhões de euros em limpeza num período de nove meses (o tempo de um estudo que foi feito há cerca de cinco anos).
O documento da autarquia destaca que não há provas de riscos para a saúde humana, animal ou das planta, mas também diz que não há métodos de controlo eficazes conhecidos que possam ser aplicados neste momento, nem foram observadas regressões naturais das algas.
A deteção precoce é a melhor solução, diz. Segundo um comunicado do Governo divulgado na terça-feira, numa portaria conjunta dos Ministérios do Ambiente e da Agricultura é traçado um plano de ação com medidas de monitorização, resposta operacional, valorização da biomassa, investigação científica e coordenação institucional, com o objetivo de mitigar os impactos ecológicos, sociais e económicos.
Entre as medidas previstas estão a remoção da alga em zonas críticas, o estudo da sua valorização para fins industriais ou agrícolas, a mobilização de equipas regionais de resposta rápida e a criação de uma base de dados nacional com registo georreferenciado da evolução da espécie.
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