Região algarvia mantém-se em situação de seca hidrológica extrema, com níveis "baixíssimos da água subterrânea e reservas superficiais.
O consumo urbano de água no Algarve desceu 0,5% em fevereiro, comparativamente com o mês homólogo de 2023, uma redução "animadora, mas longe" dos 15% pretendidos, disse esta quinta-feira à Lusa o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Apesar da redução dos consumos nos setores urbanos, turismo e agrícola, o Algarve mantém-se em situação de seca hidrológica extrema, com níveis "baixíssimos da água subterrânea e reservas superficiais", destacou José Pimenta Machado.
"Esta ligeira redução é um sinal positivo de que as pessoas estão a gastar menos água e mostra uma tendência relevante das medidas que estão a ser implementadas, quer no setor urbano, no turismo e na agricultura", realçou.
Ainda assim, adiantou, a redução "está longe dos 15% pretendidos" para garantir a sustentabilidade hídrica no Algarve, de acordo com as diretrizes da Comissão da Seca.
Se no mês de janeiro houve um aumento de 4,6% no consumo, em relação ao mesmo período do ano passado (mais 200.000 metros cúbicos (m3), em fevereiro consumiram-se menos 20 mil m3 de água na região, notou.
Pimenta Machado considerou que a redução reflete as medidas implementadas, nomeadamente a suspensão da rega de jardins públicos, lavagens de ruas e o fecho de fontes ornamentais, "um caminho que os municípios estão a fazer" de acordo com as recomendações da Comissão da Seca.
De acordo com os dados disponibilizados pela APA, das 19 entidades responsáveis pelo abastecimento urbano de água no Algarve, apenas sete dos 16 municípios algarvios registaram a redução de consumos: Albufeira (-0,85%), Alcoutim (-26,91%), Castro Marim (-16,04%), Lagoa (-2,26%), Loulé (-0,49%), Silves (-9,14%) e Vila do Bispo (-5,23%)).
No mesmo sentido, estão três empresas municipais do concelho de Loulé: Infralobo (-20,07%), Inframoura (-11,97%) e Infraquinta (-17,18%).
Com consumos superiores estão os municípios de Aljezur (+4,19%), Lagos (+9,24%), Monchique (+18,36%) e São Brás de Alportel (+7,39%).
O aumento verificou-se também nas empresas municipais: Águas de Vila Real de Santo António (+9,98%), AmbiOlhão (+0,23%) EMARP, em Portimão (+1,79%), Fagar, em Faro (+5,73%) e Tavira Verde (+1,61%).
As seis albufeiras -- Bravura, Odelouca, Arade, Funcho, Odeleite e Beliche - que abastecem a região do Algarve totalizam um volume de cerca de 151 hectómetros cúbicos (hm3), o que corresponde a 34% da capacidade total de armazenamento.
Na última semana de janeiro ocorreu um aumento de cerca de 0,01 hm3 no armazenamento das principais reservas superficiais, mas existe uma diminuição de 50 hm3 face ao período homólogo de 2023.
De acordo com o vice-presidente da APA, o Algarve atravessa "a pior seca, com os níveis mais baixos de sempre de reservas de água no conjunto das seis albufeiras".
"Apesar das últimas chuvas, que permitiram uma subida de 25% para 34%, a situação de seca extrema mantém-se e é preocupante, sendo essencial a redução dos consumos para a sustentabilidade", alertou Pimenta Machado.
O Algarve está em situação de alerta devido à seca desde 05 de fevereiro, tendo o Governo aprovado um conjunto de medidas de restrição ao consumo, nomeadamente a redução de 15% no setor urbano, incluindo o turismo, e de 25% na agricultura.
A estas medidas somam-se outras como o combate às perdas nas redes de abastecimento, a utilização de água tratada na rega de espaços verdes, ruas e campos de golfe ou a suspensão da atribuição de títulos de utilização de recursos hídricos.
O Governo já admitiu elevar o nível das restrições, declarando o estado de emergência ambiental ou de calamidade, caso as medidas agora implementadas sejam insuficientes para fazer face à escassez hídrica na região.
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