A taberna está aberta desde 1900 em Vila Real.
Amigos e clientes uniram-se numa campanha de angariação de verbas para ajudar a reabrir a centenária tasca "Baca Belha", em Vila Real, depois da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ter obrigado à realização de obras.
Uma placa na entrada do antigo edifício diz que a taberna está aberta desde 1900, aqui onde o 'v' foi substituído pelo 'b'. Fica localizada numa das mais antigas zonas da cidade de Vila Real e onde agora só existe um museu e um cemitério. A maior parte das casas em redor degradou-se e foi demolida.
Durante o dia eram poucos os clientes, mas por norma, ao final da tarde, começavam a chegar primeiro os mais velhos, os da cidade, e depois os estudantes, muitos deles Erasmus atraídos pelos preços baixos das bebidas e dos petiscos.
Ainda continuam a bater à porta. Alberto Nóbrega, 58 anos, está lá dentro, entre as paredes de granito, as mesas e cadeiras de madeira antiga, e diz que acredita agora, depois de quase ter desistido, de que, em breve, vai poder reabrir a "Baca Belha".
"Estava a desistir. Tive que recorrer à ajuda da Segurança Social", afirmou o proprietário à agência Lusa.
Foi depois de uma inspeção da ASAE em novembro que a tasca fechou. Precisava de fazer obras, pequenas reparações, só que o dinheiro não chegou. Anos de má gestão acumularam também contas por pagar desde a luz, água ou a fornecedores.
"Não tenho espírito de comerciante, mas as pessoas gostam de aqui vir, gostam do ambiente e eu gosto de aqui trabalhar", referiu. E foi quando viram que o "tio" Alberto estava a desistir, que clientes e amigos se juntaram para ajudar a reabrir o espaço.
Vanessa Guerra, 20 anos, começou a frequentar a "Baca" quando frequentava o liceu, mesmo ali ao lado. Agora estuda em Bragança mas sempre que regressa a casa vem ver como está aquele a quem carinhosamente chama "tio".
"Criamos logo uma ligação muito grande", salientou a estudante. Vanessa uniu esforços com outros amigos e começaram por fazer uma campanha de recolha de verbas através de mealheiros espalhados por bares, restaurantes e até o clube de Vila Real.
Os 350 euros que conseguiram juntar já foram usados para pagar faturas em atraso. Depois realizaram um concerto solidário, protagonizado por uma das tunas da universidade local, e está em curso um projeto de angariação de fundos na Internet (mais conhecido por 'crowdfunding') que tem como objetivo chegar aos 2.500 euros.
Esta ideia partiu de Francisco Fernandes, de 20 anos e que também começou a frequentar a tasca quando estudava.
"Não estávamos à espera da reação das pessoas. Estão a surpreender-nos", salientou.
Todo o dinheiro angariado está a ser usado para pagar contas e fazer também as obras. São pequenas reparações, pinturas das paredes, compor o chão. Houve também quem contribuísse com mão-de-obra e outros com materiais.
Alberto Nóbrega acredita que está tudo praticamente pronto para passar na vistoria, que até já foi solicitada.
Foi o seu avô que abriu a tasca. Mais tarde foi a sua mãe que tomou conta do espaço e, desde que ela morreu há três anos, é Alberto que está à frente do espaço que é também a sua única fonte de rendimento.
Segundo o historiador Elísio Amaral Neves, em 1900 havia 16 tabernas no concelho de Vila Real, um número que aumentou para as 165, em 1936, 59 das quais na sede.
Atualmente a maior parte desses espaços fechou ou foi reconvertida em cafés ou restaurantes.
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