Fernando Medina justificou essa eficácia e facilidade no processo com o facto de as autarquias terem "autonomia constitucional na gestão com o pessoal".
Os presidentes das câmaras municipais de Lisboa, Fernando Medina (PS), e de Cascais, Carlos Carreiras (PSD), defenderam esta terça-feira a passagem da gestão dos centros de saúde para as autarquias, considerando que a mudança traria maior celeridade e eficácia.
Os dois autarcas participaram esta terça-feira à tarde na conferência "A gestão de Unidades de Saúde pelas autarquias - Uma solução ou um problema", que decorreu no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, organizada pela Escola de Administração e Gestão de Saúde.
Questionado sobre o tema, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, foi perentório em afirmar que "para o sistema de saúde era muito mais eficaz e célere se a gestão das unidades de saúde passasse para os municípios".
"Eu não tenho dúvidas de que do ponto de vista das unidades de saúde de que a municipalização é altamente benéfica. É sempre melhor dialogar com o presidente da câmara do que com o Ministério das Finanças", sublinhou.
Fernando Medina justificou essa eficácia e facilidade no processo com o facto de as autarquias terem "autonomia constitucional na gestão com o pessoal".
"Aqueles problemas que são os problemas correntes, como substituir auxiliares, enfermeiros ou médicos, isso seria feito com maior rapidez numa câmara", apontou, ressalvando que essa gestão não poria em causa a autonomia e carreira dos profissionais de saúde, nem os atos médicos.
Na sua intervenção, o autarca referiu-se também à intervenção que a Câmara Municipal de Lisboa está a fazer nos centros de saúde da capital, construindo alguns de raiz.
"Nós em Lisboa estamos a resolver problemas de 1.º geração. Estamos a resolver os problemas de instalações condignas ao nível das unidades de cuidados de saúde primário. É importante sublinhar que, ao contrário do que muitas vezes é propalado, Lisboa não é a região rica onde há dinheiro para investimento em excesso face a outras zonas do país", apontou.
No mesmo sentido, o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, defendeu que a Saúde é uma área onde os municípios têm de "necessariamente entrar, beneficiando daquilo que é a sua característica de proximidade".
"Estamos próximos dos problemas e em muitos casos somos aqueles que temos mais condições para estar mais próximos das soluções. Há matérias em que necessariamente tem de ser o Estado Central, mas daqui não fazemos uma divisão de competências. Os nossos munícipes tanto são cidadãos portugueses como munícipes de Cascais", sublinhou.
A propósito da responsabilidade de construção dos Centros de Saúde e a sua gestão, Carlos Carreiras argumentou que para o cidadão "é indiferente" se o equipamento foi feito pela autarquia ou pelo Governo ou por quem é que está a ser gerido.
"Eu não quero estar a gerir médicos ou enfermeiros. Agora, a gestão do centro nos outros aspetos é fundamental. Gerir o sistema informático num Centro de Saúde pode ficar perfeitamente numa autarquia. Funcionará muito melhor do que ele estar a fazer uma requisição aos serviços centrais, que depois têm de pedir autorização. Mete-se a burocracia no meio disto tudo e é a confusão", exemplificou.
Na sua intervenção, o autarca social-democrata criticou também o atual Governo por contribuir para a saída do grupo privado que gere o Hospital de Cascais, ao colocar "entraves aos privados que geriam a unidade hospitalar.
"Naquelas condições, o Estado não vai fazer melhor do que estava a fazer o privado. Quem é que vai assumir a responsabilidade? O certo é que eu vou ficar com uma pior oferta de serviço hospitalar", acrescentou.
No início de maio, o Grupo Lusíadas Saúde anunciou que não vai participar no novo concurso para a parceria público privada (PPP) do Hospital de Cascais, que gere desde 2009, alegando que as condições apresentadas não garantem a sustentabilidade financeira.
Em 13 de fevereiro de 2020, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que previa uma nova PPP no Hospital de Cascais, tendo a ministra da Saúde, já em julho de 2020, numa audição parlamentar a pedido do BE e do PCP, garantido que o recurso a este mecanismo de gestão se destinava apenas para as "situações de necessidade fundamentada".
A Lusíadas Saúde, que geriu esta unidade de saúde nos últimos 12 anos, salientou ainda que a Federação Internacional dos Hospitais colocou o Hospital de Cascais numa lista de 103 instituições, a nível mundial, que prestaram serviços de excelência no combate à pandemia de covid-19 e que esta PPP "poupa atualmente ao Estado português 17,5 milhões de euros por ano".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
                        O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário. 
                        O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
                    
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
                    Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login. 
                    Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
                
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.