A edição de hoje
Depois de suspenso, o padre Roberto ficará interdito.
O padre Roberto Sousa, até novembro do ano passado pároco de Canelas, em Vila Nova de Gaia, pode vir a ser proibido de celebrar missa e presidir a outros atos sacramentais pelo bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos.
Em causa estão as celebrações que o sacerdote tem realizado na freguesia de Canelas (a última foi no dia 9), de onde saiu por ordem do prelado, o que tem sido entendido por vastos setores da Diocese como uma "constante afronta" para com o bispo e o pároco atual, Albino Reis.
Ao que o CM apurou, D. António Francisco retardou vários meses a abertura do processo de interdição (o segundo castigo mais grave para um padre), mas acabou por anuir, considerando que as celebrações públicas em Canelas consubstanciam um ato grave de desobediência.
Entretanto, um grande número de padres da Diocese, alguns pertencentes à estrutura dirigente desta igreja particular, terão exercido grande pressão junto do prelado, no sentido de impedir que o padre Roberto Sousa presida a celebrações públicas na freguesia de Canelas. Ora, só aplicando a interdição, o bispo tem possibilidade de evitar as missas do padre Roberto em Canelas.
Segundo o artigo 1332 do Código do Direito Canónico, a interdição, que é da competência do bispo diocesano, proíbe o sacerdote de exercer quaisquer ministérios litúrgicos. Mais grave do que esta sanção apenas a excomunhão, cuja aplicação está, para os religiosos e para os leigos, reservada ao papa.
Para já ainda não há data prevista para a conclusão do processo, mas tudo indica que tal possa acontecer até ao final do corrente ano. Esta será a segunda sanção aplicada ao padre Roberto Sousa, depois de ter sido suspenso das atividades pastorais em Canelas.
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