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Câmara de Lisboa manifesta pesar mas adia atribuição do nome Papa Francisco ao Parque Tejo

Proposta de atribuição de topónimo foi adiada.

24 de abril de 2025 às 00:11

A Câmara de Lisboa manifestou esta quarta-feira profundo pesar pela morte do Papa Francisco e enalteceu o papel "marcante" na capital portuguesa durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2023, mas a proposta de atribuição de topónimo foi adiada.

Em reunião pública do executivo municipal, o voto de pesar apresentado, num documento único, resultou da consensualização de duas propostas, uma da liderança PSD/CDS-PP e outra do PS, que foi ainda subscrito pelo PCP e que foi aprovado por unanimidade, juntando os votos a favor dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Livre e BE.

Com este voto, a câmara manifesta profundo pesar pela morte do Papa Francisco, expressando as mais sentidas condolências à Igreja Católica e aos fiéis de todo o mundo, e dando disso conhecimento à Santa Sé, através da Nunciatura Apostólica em Lisboa.

Também estava prevista a apreciação da proposta de atribuir o nome Papa Francisco ao Parque Tejo, subscrita pela liderança PSD/CDS-PP, mas o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), decidiu adiar para uma próxima reunião em que esteja presente, uma vez que tinha de se ausentar desta sessão pelas 20:30, por motivos pessoais.

A reunião desta quarta-feira começou às 15h00, mas a proposta para a atribuição do topónimo Parque Papa Francisco foi colocada na ordem de trabalho como extra-agenda, ficando para o final da sessão, apesar de os Cidadãos Por Lisboa terem defendido o adiamento para apreciar com "algum recato".

A proposta já teve o parecer favorável da Comissão Municipal de Toponímia e da Junta de Freguesia do Parque das Nações, onde se localiza o Parque Tejo, na parte de Lisboa, uma vez que o parque se estende ao concelho vizinho de Loures, que também pretende atribuir o topónimo Parque Papa Francisco.

Localizado em terrenos dos concelhos de Lisboa e de Loures, num total de cerca de 100 hectares, o Parque Tejo nasceu após a transformação de uma lixeira, o aterro sanitário de Beirolas, num parque verde, e foi um dos palcos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em agosto de 2023, que contou com a presença do Papa Francisco e juntou cerca de 1,5 milhões de pessoas.

No documento, a liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta, destaca a presença do Papa Francisco, em agosto de 2023, na JMJ em Lisboa, a primeira na história da capital portuguesa, em que "deixou uma mensagem especialmente marcante, transmitindo que na Igreja ninguém está a mais, há espaço para todos, 'Todos, Todos, Todos!', tendo como um dos momentos altos a vigília, no dia 5 de agosto, para cerca de um milhão e meio de pessoas, numa área da cidade regenerada e revitalizada, que agora se propõe que seja oficialmente designada Parque Papa Francisco".

Prevê-se que a proposta de atribuição de topónimo seja aprovada com o apoio do PS, que adiantou à Lusa que "não poderia deixar de concordar com uma justa homenagem ao Papa", tendo também o PCP indicando que não se opõe à atribuição do nome do Papa Francisco ao Parque Tejo.

Reforçando que a capital portuguesa viveu momentos excecionais durante a JMJ e "engrandeceu-se com a energia vibrante e tocante de uma personalidade de dimensão universal", a proposta de PSD/CDS-PP afirma que Francisco é merecedor de uma homenagem municipal "de caráter excecional, como forma da cidade de Lisboa fixar na sua identidade e memória o Papa da esperança".

No voto de pesar, aprovado por unanimidade, a câmara refere que o Papa Francisco "continuará a ser uma referência" de dignidade, simplicidade e respeito, indicando que "Lisboa estará sempre agradecida e reconhecida" a este líder da Igreja Católica, em particular pela presença durante a JMJ.

"O exemplo do Papa Francisco demonstrou, acima de tudo, o valor de uma das principais virtudes humanas: a esperança. Francisco foi, do primeiro ao último dia, o Papa da esperança.", lê-se no voto.

Nascido em Buenos Aires, o Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, de AVC, após 12 anos de pontificado, tendo a sua última aparição pública ocorrido no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

Portugal decretou três dias de luto nacional.

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