Acreditar defende que é "tempo de agir" nos apoios sociais, na organização dos cuidados e na resposta aos jovens adultos com cancro.
O diagnóstico de cancro numa criança teve um impacto mensal de 655 euros nas famílias no ano passado, adiantou esta sexta-feira a Acreditar, Associação de Pais e de Amigos de Crianças com Cancro, que lamentou falhas nos apoios sociais.
No início do "setembro dourado", mês de sensibilização para o cancro infantil, a Acreditar alerta que "é urgente corrigir injustiças" na assistência a crianças com doença oncológica.
"No último levantamento de problemas em oncologia pediátrica feito pela Acreditar, em 2024 verificou-se que as famílias enfrentam em média um impacto mensal de 655 euros após o diagnóstico, resultante da soma entre perdas de rendimento e aumento de despesas", refere a associação em comunicado.
De acordo com a Acreditar, é necessário manter o rendimento das famílias anterior ao diagnóstico, e não os atuais 65%, permitir que ambos os cuidadores possam usufruir de licença nas fases mais críticas e eliminar o teto de dois Indexantes de Apoios Sociais, que reduz de forma significativa a proteção de muitas famílias.
"Estas mudanças são essenciais para garantir estabilidade financeira num momento em que tudo o resto já é incerto", sustenta o organismo criado em 1994.
A Acreditar defende que é "tempo de agir" nos apoios sociais, na organização dos cuidados e na resposta aos jovens adultos com cancro, considerando que "há sinais de pressão preocupante nos serviços de oncologia pediátrica e faltam políticas que deem resposta às especificidades dos jovens adultos com cancro".
"Os serviços de oncologia pediátrica estão a enfrentar pressões significativas, com impacto direto no acompanhamento das crianças, adolescentes e famílias. A falta de profissionais especializados agrava a situação e cria um risco real para a qualidade da resposta no futuro. Portugal precisa de reorganizar esta área, assegurando que os recursos são bem alocados, que existem equipas dedicadas, que se juntam cuidados com investigação", realça.
Para a associação, Portugal deve aprender com o que está a ser feito em alguns países europeus e transformar a oncologia pediátrica num modelo-piloto de reorganização do sistema de saúde.
"A organização dos cuidados deve assentar em infraestruturas dedicadas, equipas multidisciplinares e centralização das áreas mais complexas, garantindo qualidade e equidade em toda a Europa", sublinha.
Recordando que nenhuma criança, jovem ou família deve enfrentar o cancro sozinho, a Acreditar lamenta que os adolescentes diagnosticados com a doença "continuam em terra de ninguém, sem respostas adequadas às suas necessidades" e defende que "devem existir programas de transição planeados para esta faixa etária, com planos de cuidados de sobrevivência personalizados e acompanhamento ao longo da vida".
No âmbito do mês de sensibilização para o cancro infantil e do seu 30.º aniversário, a Acreditar promove um programa de conferências, que encerra em 11 de outubro, em Coimbra.
As comemorações da associação terminarão com um concerto de Sérgio Godinho no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, a 25 de outubro, às 20h00.
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