Descoberta foi feita em colaboração entre investigadores portugueses e espanhóis.
Cientistas em Portugal e Espanha descobriram uma nova forma de as células musculares esqueléticas se regenerarem após pequenas lesões durante a prática de atividade física, o que abre caminho a possíveis novos tratamentos.
A descoberta, cujos resultados foram hoje publicados na revista científica Science, foi feita por investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, em Lisboa, e da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, em colaboração com cientistas da Universidade de Valência.
"Nós descobrimos uma nova maneira de as células musculares esqueléticas, que têm imensos núcleos, se repararem em situações de pequenas lesões, tal como as que acontecem durante o exercício", sintetizou, em declarações à Lusa, um dos coordenadores do estudo, Edgar Gomes, que lidera no IMM o laboratório de arquitetura celular.
Em testes de laboratório com ratinhos e células humanas, a equipa constatou que os núcleos das células musculares esqueléticas "migram para os locais das lesões", produzem ARN mensageiros (moléculas que codificam proteínas) que são necessários à reparação do músculo e, assim, "aceleram ou facilitam a reparação do músculo".
"O que vimos é semelhante ao que acontece numa resposta das células imunitárias, que migram em direção às zonas afetadas (infeção bacteriana, inflamação). Neste caso, como cada célula muscular é gigante e tem centenas de núcleos, são os núcleos que migram dentro da célula muscular em direção à lesão", ilustrou Edgar Gomes.
Justificando a relevância do estudo, o investigador disse que "os processos de reparação de lesões podem ser modulados, servindo de base para o potencial desenvolvimento de tratamentos e terapias que possam facilitar a reparação de lesões musculares" decorrentes do exercício físico, mas também do envelhecimento e doenças.
"A partir do momento que descobrimos novas maneiras e processos que as células e tecidos usam para efetuar diferentes funções, esse conhecimento pode ser usado para modular os processos em causa", assinalou.
Num próximo passo, os cientistas pretendem saber se os movimentos observados (dos núcleos das células musculares esqueléticas para o local da lesão) ocorre em todos os músculos do corpo e "se certos núcleos estão mais preparados para esta missão de salvamento".
"Também não sabemos se este processo que descrevemos comunica com os outros processos de reparação que envolvem células estaminais de músculo", apontou Edgar Gomes.
Em comunicado, o IMM salienta que "o tecido muscular esquelético, órgão responsável pela locomoção, é formado por células que possuem mais do que um núcleo, característica quase única no corpo humano".
Contudo, "apesar da plasticidade das células musculares, a sua contração pode ser acompanhada por danos nos músculos".
ER //RBF
Lusa/Fim
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