Na Universidade da Beira Interior, trabalha-se na criação de uma nanovacina capaz de prevenir e tratar a doença.
A pandemia da covid-19 mobilizou ao longo do último ano parte significativa da comunidade científica portuguesa na corrida a vacinas e terapias, incluindo projetos que visam novos medicamentos, vacinas mais baratas ou em novas formas.
Na Universidade da Beira Interior, trabalha-se na criação de uma nanovacina capaz de prevenir e tratar a doença, o trabalho de Dalinda Eusébio, aluna de doutoramento em Biomedicina.
Trata-se de uma vacina de DNA, que não usa, como as vacinas convencionais, uma forma enfraquecida do vírus, mas informação genética que leva o corpo a reconhecer componentes do vírus e a formular uma resposta imunitária a ele, transportada por nanossistemas dirigidos a células específicas.
A forma final desta vacina poderá ser um pó seco, que poderá ser administrada por via nasal, sem agulhas e armazenada fora de frigoríficos, o que poderá reduzir o custo da sua produção.
Em parceria com o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, os investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) estão a avaliar a eficácia e segurança do Montelukast, um medicamento usado na terapia da asma, como complemento para o tratamento da covid-19.
Se for comprovada a eficácia deste medicamento, ele poderá "melhorar o prognóstico dos doentes, as lesões pulmonares e respiratórias resultantes do SARS-CoV-2 e contribuir para a diminuição do tempo de internamento", assegura o ISPUP.
Também no Porto, os investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) estão a desenvolver uma ferramenta de diagnóstico para a deteção em 45 minutos do SARS-CoV-2 baseada em CRISPR-Cas13a [uma tecnologia de edição de ácido nucleico].
A técnica "altamente sensível" será capaz de detetar níveis basais de material genético quando acoplada com um sistema de amplificação isotérmica, sendo que o centro estima que preço por amostra ronde um euro.
Em Faro, a Universidade do Algarve está a estudar o uso de saliva como amostra para detetar o SARS-CoV-2, um método menos invasivo que a zaragatoa na mucosa do nariz.
Segundo Clévio Nóbrega, do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da UAlg, o objetivo é tentar "validar outros métodos" para a recolha de amostras, especialmente para "crianças e pessoas com algumas patologias", já que o atual método de PCR é "muito invasivo".
Em declarações à Lusa, aquele responsável adiantou que a investigação procurou comparar a eficácia da recolha da saliva com a nasofaríngea e posterior análise por PCR, processo baseado em biologia molecular e que permite aumentar a quantidade de material genético para deteção do novo coronavírus (SARS-Cov-2).
De acordo com Clévio Nóbrega, os investigadores colaboraram com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve para comparar três tipos de recolha de amostras e obtiveram-se "os mesmos resultados", tendo sido possível detetar pela saliva "o mesmo nível" que a amostragem "clássica", o que faz com que, em alguns casos, possa "ser utilizado este tipo de recolha".
A utilização deste método ainda "não é possível", porque "é necessária a autorização" do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge Instituto Ricardo Jorge (INSA), para onde os dados foram enviados.
No Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia (iBET), os investigadores colaboram com colegas de Espanha, Dinamarca e Suécia no projeto europeu 'Divine', cabendo-lhes encontrar maneira de chegar a vacinas mais baratas.
A investigação em Portugal centra-se no processo de purificação de vacinas, através do qual se eliminam contaminantes e que representa cerca de 80 por cento do custo total da produção de vacinas.
A investigação no iBET visa tornar mais simples a redução do desperdício, que atualmente implica várias etapas durante o fabrico, e reduzir para metade o custo dessa operação.
Um trabalho que está a ser feito por investigadores do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM) e o Hospital de Santa Maria é a recolha de milhares de amostras celulares de doentes com formas graves e ligeiras de covid-19 num biobanco que serve de base para estudos sobre a doença.
O investigador do IMM Luís Graça disse à agência Lusa que a ideia é "recolher amostras de várias células do sangue que são criopreservadas, bem como amostras de anticorpos para estudar a resposta do organismo ao vírus".
As amostras do biobanco já serviram em investigação de uma empresa de biotecnologia do Porto para desenvolver anticorpos monoclonais, uma forma de anticorpos que combatem um patogénico construída a partir de células de pessoas que tiveram uma doença.
Luís Graça referiu ainda que das amostras se está a tentar compreender quem e porque se tem mais risco de desenvolver as formas mais graves da covid-19, partindo de uma condição comum em pessoas mais idosas, "o estado inflamatório de algumas células do sistema imunitário", e ver que alterações nessas células poderão permitir "uma evolução mais grave da doença", comparando-as com as células de doentes mais ligeiros.
No distrito de Coimbra, várias empresas do parque tecnológico de Cantanhede estão envolvidas em investigação para criar vacinas e terapias contra a covid-19.
Os projetos incluem um medicamento experimental para doentes graves feito a partir de células do cordão umbilical expandidas e uma vacina, em fase de testes em animais, que possa ser inalada.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.