Enquanto as atenções do mundo estão viradas para a vacina, continuam os estudos em busca de um fármaco que consiga diminuir os efeitos do vírus.
A "bazuca" contra a covid-19 é a vacina que está a ser desenvolvida por dezenas de laboratórios. Mas uma outra arma muito importante para combater uma doença são os tratamentos. Enquanto a vacina previne que se contraia a doença - neste caso, o vírus SARS-CoV-2 -, o medicamento ajuda a tratar aqueles que já a apanharam.
Atualmente, a covid-19 tem uma taxa de letalidade que fica abaixo do 1%, mas em pessoas mais idosas ou com comorbidades, este valor aumenta exponencialmente. Em Portugal, a taxa de letalidade entre maiores de 65 anos chegou a ser de 15%, o que queria dizer que três em cada 20 pessoas com mais de 65 anos que contraíam o vírus morriam. Mas não é só a possibilidade de morte que assusta nesta doença. Há inúmeras consequências a médio-longo prazo, como cicatrizes nos pulmões e até danos cerebrais.
Um medicamento é então essencial para reduzir a taxa de letalidade da covid-19, bem como os possíveis efeitos a longo prazo. Será também importante para reduzir o tempo de convalescença da doença.
Até ao momento estão a ser desenvolvidos diversos medicamentos e terapias para ajudar os pacientes infetados com este coronavírus, alguns deles com algum sucesso, apesar de ainda faltam algumas etapas para se poder declarar que haja um medicamento verdadeiramente eficaz.
O medicamento mais famosos que pode ser usado na luta contra a covid-19 é o remdesivir, que foi já autorizado para utilização em situações de emergência nos Estados Unidos da América, na Índia e em Singapura. A Comissão Europeia aprovou também o tratamento com esta substância em situações muito específicas.
De acordo com o parecer emitido pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), a indicação terapêutica para o tratamento da covid-19 com o remdesivir é de uso exclusivo em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos com pneumonia e que requerem oxigénio suplementar.
Portugal anunciou, em julho, ter reservas suficientes deste medicamento para uma primeira vaga de utilização. O Infarmed revelou ainda que, após contacto com o laboratório titular do medicamento remdesivir, este confirmou que "antecipa que não venha a existir qualquer constrangimento no acesso ao tratamento por parte dos doentes portugueses, tendo a garantia de acompanhamento conjunto da situação".
O remdesivir foi desenvolvido inicialmente para combater a hepatite C, mas acabou por se mostrar ineficaz, tendo depois sido redirecionado para o tratamento da ébola.
Outro tipo de tratamento é aquele que é feito através do plasma de pessoas que recuperaram da doença. Este elemento do sangue humano, recolhido de pessoas que tenham já sido infetadas, possui anticorpos ao vírus.
Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que iria ser permitido recorrer a este medicamento, depois de um confronto com as autoridades de saúde norte-americanas.
Numa carta em que descreve a autorização anunciada por Trump, a cientista chefe da FDA, Denise Hinton, sublinhou que "o plasma de um convalescente de Covid-19 não deve ser considerado um novo padrão de cuidados para o tratamento de pacientes com Covid-19. Serão divulgados dados adicionais de outras análises e ensaios clínicos em curso e bem controlados nos próximos meses".
Um ensaio conduzido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriu que um fármaco chamado dexametasona consegue reduzir em cerca de um terço as mortes de pacientes em estado grave devido à Covid-19. Trata-se de um corticoesteroide que já é usado para tratar inflamações relacionadas com a artrite reumatoide e a asma, mas só deve ser adminstrado em ambiente hospitalar.
Nos pacientes de Covid-19 ligados a ventiladores, a dexametasona cortou o risco de mortalidade num terço. Já a mortalidade de pessoas que precisaram de oxigénio foi reduzida num quinto.
Além de tratar inflamações provocadas por outras doenças, a dexametasona também parece travar alguns dos danos que podem ocorrer quando o sistema imunitário entra em sobrecarga, para travar o novo coronavírus: a chamada tempestade de citocina.
O tocilizumab mostrou eficácia na prevenção da "tempestade inflamatória" nos doentes com covid-19 em estado grave. Este tratamento reduziu significativamente a proporção de pacientes transferidos para reanimação ou que morreram, em relação a um tratamento comum, indicou a Assistência Pública do Hospital de Paris (AP-HP).
Este medicamento, apesar de promissor, está ainda numa fase muito inicial do estudo.
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