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Consórcio diz que não foi autorizado pela SATA Holding a dialogar com trabalhadores da Azores Airlines

"Na prática, a administração da SATA está a impedir uma conversa factual e transparente entre quem trabalha na empresa e quem a quer adquirir", referiram.

25 de outubro de 2025 às 11:10

O consórcio Newtour/MS Aviation, interessado na compra da Azores Airlines, revelou este sábado que a SATA Holding não autoriza que discuta com os trabalhadores o projeto estratégico para a empresa de aviação açoriana.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o agrupamento Newtour/MS Aviation considera "inaceitável a postura bloqueadora" do conselho de administração da SATA Holding, que "tem erguido sucessivos condicionalismos ao diálogo e, consequentemente, impedido os trabalhadores de conhecerem a verdadeira situação da empresa".

O consórcio adiantou que pediu autorização formal para dialogar com os trabalhadores, sindicatos e seus representantes, mas não viu o pedido autorizado.

"Na prática, a administração da SATA está a impedir uma conversa factual e transparente entre quem trabalha na empresa e quem a quer adquirir", referiu, admitindo que a atitude da SATA Holding "só pode ser entendida como uma manobra".

Segundo a nota, a empresa sabe que "o diálogo franco e honesto é condição essencial do agrupamento para a apresentação de uma proposta e, ao não autorizar o diálogo, não só esconde a realidade da companhia aérea como nega aos trabalhadores o direito de conhecerem o projeto estratégico do agrupamento".

"Desta forma, o conselho de administração tem contribuído para alimentar a desinformação, disseminada com maior intensidade ao longo das últimas semanas", salientou.

Para o consórcio, "o futuro da Azores Airlines está preso num 'colete de forças', criado pela administração da SATA Holding, com o objetivo aparente de impedir a privatização, e essa responsabilidade deve ser assumida".

O agrupamento Newtour/MS Aviation "continua empenhado em apresentar uma solução sólida" para a companhia aérea açoriana, mas considera que tal só será possível "com verdade e transparência, porque, só assim, se conquista a confiança dos trabalhadores".

"O tempo das desculpas acabou. Ou se trabalha, em conjunto, para salvar a Azores Airlines - o que implica abertura ao diálogo -, ou ficará claro, aos olhos de todos, quem não quer que a companhia aérea tenha futuro", concluiu.

A Lusa questionou o grupo SATA, mas até ao momento ainda não obteve resposta.

A privatização da Azores Airlines (empresa do grupo SATA que opera do arquipélago dos Açores para o exterior) está a ser negociada com o consórcio Newtour/MS Aviation.

O Governo Regional revelou na quarta-feira que o presidente do júri do concurso da privatização da companhia Azores Airlines adiou para 10 de novembro o prazo para o consórcio Newtour MS/Aviation apresentar uma "proposta firme".

O júri do concurso, presidido pelo economista Augusto Mateus, tinha exigido ao consórcio Newtour MS/Aviation a apresentação de uma proposta para a compra da Azores Airlines até 24 de outubro, prazo que foi este sábado estendido até 10 de novembro.

Segundo estipulado no caderno de encargos, o consórcio vai ter de apresentar uma "proposta melhorada", sendo que, além da apresentação da proposta até 10 de novembro, o júri estabeleceu a data limite de 24 de novembro para a submissão de documentação burocrática.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

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