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Corrida aos apoios à restauração e à cultura bloqueia plataforma e impede empresários de entregar processos

Medo que o dinheiro acabe levou empresários a sobrecarregar Balcão 2020, em poucos minutos.

27 de novembro de 2020 às 01:30

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Setores do comércio e da restauração estão em crise
Setores do comércio e da restauração estão em crise Luís Guerreiro
Setores do comércio e da restauração estão em crise
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A enorme procura no site do Balcão 2020 para submeter candidaturas às ajudas públicas do programa Apoiar.PT, destinado a ajudar os setores da restauração, comércio e cultura, gerou um bloqueio na plataforma que impediu a maioria dos empresários de entregarem os processos. Por isso, no primeiro dia e meio desde a abertura oficial foram recebidas apenas cerca de quarto mil candidaturas. A Agência para o Desenvolvimento e Coesão diz ao CM ter-se tratado de “um recorde de candidaturas submetidas”. A expectativa era de que, até ao final do dia de quinta-feira, pudesse ser alcançada a marca dos cinco mil processos entregues.

Os números estão em linha com os dados apresentados ao CM pela bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco, que a meio da tarde referia três mil candidaturas já validadas.“Os empresários foram tomados pelo pânico. Com medo que as verbas acabassem no primeiro dia, sobrecarregaram o sistema do Balcão 2020, que não estava preparado para tantas solicitações”, explicou. A bastonária adiantou que, “em poucos minutos, mais de 15 mil pessoas estavam a tentar, ao mesmo tempo, aceder” ao site.

Paula Franco atribui este fenómeno à situação desesperada de muitos empresários e “ao receio de que aconteça o mesmo que ocorreu no programa Adaptar”, com uma dotação de 50 milhões de euros e que esgotou em menos de uma semana. A bastonária dos contabilistas pede calma aos empresários, porque “o programa Apoiar.PT tem um orçamento de 750 milhões de euros para distribuir a fundo perdido”: “Não é necessário querer entregar as candidaturas logo no primeiro dia”. Há ainda outros 25 milhões específicos para o setor da restauração, por ter fechado portas nos fins de semana de recolher obrigatório, que podem ser solicitados no mesmo formulário.

Alexandre Basto, dono de uma empresa de espetáculos, tentou entregar a candidatura logo nas primeiras horas. “Os contabilistas inseriam os dados. No final, faltava o botão para submeter”, exemplificou ao CM. Até à tarde de quinta-feira, ainda não tinha conseguido entregar a candidatura.

A Ordem dos Contabilistas espera que todos os problemas sejam ultrapassados até ao final desta semana. Já a Agência para o Desenvolvimento e Coesão explica que, face ao grande fluxo, as dificuldades “têm vindo a ser resolvidas, notando-se já um desempenho mais estável da plataforma”. Foi também criada uma equipa de apoio para ajudar nos processos, por escrito ou por telefone.

Até 10 meses para voltar ao normal

Num cenário de controlo da pandemia, 34% das empresas acreditam que a atividade já voltou ou voltará ao normal em 10 meses. Já 16% das empresas estimam só aguentar sete meses se existir um agravamento das restrições sem novas medidas de apoio.

Maioria quer manter postos de trabalho

Manter os atuais postos de trabalho até ao fim do ano é a vontade de 85% das empresas, revelou o INE. Outros 10% têm planos para cortar e 5% querem aumentar pessoal. Já o peso das que desejam manter o pessoal em 2021 reduz-se para 74%. Em fatias de 13% dividem-se os que esperam cortar ou aumentar as equipas.

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