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Desespero e várias horas de espera nas Urgências

Quatro horas a aguardar por atendimento. Penafiel e Guimarães, os hospitais mais complicados.

21 de janeiro de 2018 às 01:30

"É uma vergonha, o meu pai entrou nas Urgências às 06h30 e só saiu às 14h00", diz o acompanhante de um utente do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Os doentes protestam por causa dos longos tempo de espera no atendimento. "Tive de trazer a minha avó às Urgências e já estou há três horas à espera que seja atendida", conta ao CM um acompanhante. "A minha mulher também está lá dentro há três horas. Caiu, magoou-se e ainda está à espera, a sofrer. É sempre a mesma coisa", acrescenta o familiar de outro utente. Os doentes com pulseira amarela, atribuída na triagem, enfrentam um período médio de espera de cerca de três horas.

No Porto, a situação é menos preocupante. Cerca de 3250 utentes foram atendidos, na última semana, no serviço de Urgência do Hospital de S. João. Não houve picos de afluência e os tempos médios de atendimento são considerados normais para esta altura do ano. Dependendo da prioridade atribuída na triagem, cada doente passa um período de espera que oscila entre duas a quatro horas.

No Hospital de Braga, o plano de contingência, com alocação de camas, médicos e enfermeiros ao serviço de Urgência, tem funcionado, apesar de a afluência, nos primeiros 18 dias deste mês, ter aumentado 13% em relação a igual período do ano passado, com uma média de quase 600 atendimentos por dia.

A situação mais complicada, na região do Minho, é a que se tem vivido no Hospital de Guimarães, com dezenas de macas nos corredores e doentes mais de quatro horas à espera de serem atendidos. "Trouxe cá a minha mulher com uma dor aguda nas costas. Cheguei pelo meio-dia e meia e às quatro da tarde ainda não tinha chegado à consulta médica. E ela num sofrimento enorme. Isto está um caos inacreditável", disse ao CM João Ribeiro.

Tanto em Braga como em Guimarães, apurou o CM, o que tem complicado a situação tem sido a falta de camas para o internamento, obrigando os doentes a permanecerem mais tempo em macas na Urgência. Para além disso, no caso de Guimarães, tem havido dificuldades ao nível de espaço físico e de pessoal médico e de enfermagem.

Pormenores

Números idênticos a 2017

No Hospital Padre Américo, em Penafiel, na última semana, foram atendidos 3640 utentes nas Urgências. No ano passado, em igual período, foram atendidos 3620 doentes, de acordo com a instituição de saúde.

Défice de pessoal

O Sindicato dos Enfermeiros já fez saber que, no Hospital de Guimarães, há um défice de pessoal de mais de 30 por cento. O CM tentou contactar a administração daquela unidade, mas sem sucesso.

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