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Diretor da Nova FCT considera que IA pode trazer menos necessidade de trabalho e obrigar novo contrato social

"É necessário olhar em Portugal, e em geral no mundo, a educação e uma nova forma de educar", defende José Júlio Alferes.

20 de outubro de 2025 às 18:00

O diretor da Nova FCT, José Júlio Alferes, considerou esta se, em declarações à Lusa, que a inteligência artificial (IA) poderá trazer menos necessidade de trabalho, o que eventualmente obriga a um novo contrato social.

A Nova FCT apresenta esta segunda-feira um curso intensivo gratuito de IA no Samsung Innovation Campus, com 60 vagas, dirigido a todos os estudantes universitários de qualquer instituição.

José Júlio Alferes, que fez um doutoramento em IA em 1993, admitiu que com a IA "passa a ver menos necessidade de trabalho, muito provavelmente, e isso obrigará a um novo contrato social".

Agora este tema "ainda esta a ser pouco abordado na sociedade", mas "é bom que se comece a olhar para isso" porque "em todas estas coisas há depois convulsões sociais", disse.

"É necessário olhar em Portugal, e em geral no mundo, a educação e uma nova forma de educar, que é absolutamente essencial, e olhar para o mundo de emprego porque se calhar esta transição para o novo conjunto de empregos não é bem igual ao das anteriores", advertiu o diretor da Nova FCT.

A oitava e nova edição do Samsung Innovation Campus, que já contou com mais de 600 candidatos e tem formado "175 alunos graduados" é esta segunda-feira apresentado, disse à Lusa o responsável B2B [segmento empresarial] da Samsung Portugal, Nuno Almeida.

A novidade é que qualquer aluno de qualquer instituição pode frequentar este curso intensivo "que tem a duração de seis semanas", com componentes teórica e prática.

Até agora, já foram apresentados 42 projetos em áreas que têm IA como denominador comum: da genética à biologia molecular, soluções para a prevenção, deteção e prevenção de incêndios florestais, de videovigilância e segurança urbana, entre outros, referiu o 'head of B2B' da Samsung Portugal. "Há aqui uma multiplicidade de projetos que, em última instância, até podem dar origem a novas 'startups'", acrescentou Nuno Almeida.

O que esta formação "permite é que alguém que é um jovem gestor ou um engenheiro mecânico ou médico" aprenda "como usar um conjunto de ferramentas de inteligência artificial para fazer coisas que o ajudem na sua profissão", não é usar o ChatGPT, é "usar ferramentas que permita fazer programas usando uma 'toolbox' de ferramentas" de IA que permita fazer aplicações, padrões, previsão, explicou o diretor da Nova FCT.

Em suma, "é uma formação muito tecnológica sobre como tirar partido de ferramentas de inteligência artificial para áreas que não inteligência artificial", sublinhou José Júlio Alferes.

Por sua vez, Nuno Almeida salientou que os objetivos principais desta formação são capacitar a nova geração de alunos com um conjunto de competências a nível digital e prepará-los "melhor para as profissões que existirão no futuro" e depois "reduzir a lacuna de competências" em termos de componente académica.

"Queremos dar aqui um conjunto complementar de competências nas áreas de inteligência artificial, de 'machine learning', nas áreas de desenvolvimento e análise de 'big data', de algoritmos e, portanto, com isto, aproximarmos também aquelas competências que eles já têm nas suas licenciaturas, conjuntamente com estas competências que vão ter no Samsung Innovation Campus e depois ajudar também a aportar valor às empresas onde eles vão trabalhar e facilitando o seu processo de integração", acrescentou.

Tal também pode "ajudar outras empresas, pequenas 'startups'", referindo que as formações têm tido 100% de empregabilidade.

O Samsung Innovation Campus é uma iniciativa global da Samsung e em Portugal "estamos a explorar" a componente IA, mas tem também iniciativas na área da Internet das Coisas, 'big data' e programação.

"Podem ser áreas adicionais que possamos vir a explorar também em Portugal, no futuro, não deixando cair a inteligência artificial, mas provavelmente expandindo também para estas áreas que são tão relevantes a nível tecnológico e a nível do desenvolvimento da nossa sociedade", rematou Nuno Almeida.

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