Em causa está o fármaco Exemestano, utilizado em tratamentos hormonais que se prolongam por vários anos para evitar recidivas do cancro da mama.
Uma doente oncológica teve de interromper nos últimos dias um tratamento hormonal por não lhe ter sido disponibilizado o medicamento pela Unidade Local de Saúde São José, em Lisboa, que admite ter um 'stock' limitado neste momento.
Em causa está o fármaco Exemestano, utilizado em tratamentos hormonais que se prolongam por vários anos para evitar recidivas do cancro da mama e que, segundo adiantou a doente à Lusa, não foi possível levantar na farmácia do Hospital Curry Cabral, como habitualmente, devido a uma "rutura de 'stock'".
Questionada pela Lusa, a Unidade Local de Saúde São José (ULSSJ), que integra o Curry Cabral, rejeitou que o medicamento se encontre em rutura, embora reconhecendo que verifica, neste momento, um 'stock' limitado".
De acordo com a utente, que pediu para não ser identificada, depois de ter sido diagnosticada com cancro da mama, iniciou o tratamento hormonal e, nos últimos três anos, sempre teve acesso ao Exemestano disponibilizado pela farmácia hospitalar.
"O problema não é só meu e há mais pessoas nessa situação", salientou a utente, que foi informada que só voltaria a ter acesso ao medicamento na farmácia do hospital -- comprimidos de toma diária -- "dentro de uma a duas semanas".
"Vamos ficar entre uma a duas semanas sem fazer a medicação diária para prevenir uma recidiva", lamentou a doente, para quem está em causa uma "medicação hormonal, o que implica uma grande alteração fisiológica e psicológica com bastante impacto na qualidade de vida".
Adiantou ainda que já apresentou uma reclamação e que a ULSSJ não lhe apresentou uma alternativa terapêutica, que pudesse evitar a interrupção do tratamento que tem de fazer diariamente.
"Eu senti-me desamparada, porque, de repente, o Serviço Nacional de Saúde está a virar-nos as costas", lamentou ainda a doente oncológica.
A unidade local de saúde garantiu que o medicamento em causa continua a ser disponibilizado aos doentes oncológicos, "eventualmente em quantitativo inferior ao habitual", tendo em conta a limitação de 'stock' existente.
"A ULS São José já reforçou junto do laboratório fornecedor a necessidade de entrega do fármaco, aguardando que a mesma se concretize nos próximos dias", referiu ainda a mesma fonte.
Contactada pela Lusa, no sentido de apurar se as limitações de 'stock' também se verificam em outras unidades de saúde, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) adiantou que "não existe rutura" do fármaco e que não tem "reporte de constrangimentos da parte dos hospitais".
O medicamento está indicado para o tratamento do cancro da mama precoce dependente de hormonas em mulheres na pós-menopausa.
Este tipo de medicamentos interfere com uma substância chamada aromatase, que é necessária para produzir as hormonas sexuais femininas, os estrogénios. A diminuição dos níveis de estrogénios no organismo é uma forma de tratar o cancro da mama dependente de hormonas.
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