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Eletrificação da Linha do Douro obriga a interrupção da via em alguns períodos

Vice-presidente da IP explicou que esta empreitada vai permitir reduzir o tempo de percurso em cerca de sete minutos, representando um investimento global de 165 milhões de euros.

16 de setembro de 2025 às 23:08

A eletrificação do troço Marco de Canaveses-Régua, da Linha do Douro, vai reduzir sete minutos ao tempo de percurso e prolongar-se por três anos, obrigando a trabalhos noturnos e ao encerramento da via em períodos de inverno.

As informações foram avançadas esta terça-feira, na Estação do Peso da Régua, pela Infraestruturas de Portugal (IP), no decorrer da cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada de eletrificação deste troço de mais de 40 quilómetros.

Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, concretizou que esta empreitada vai permitir reduzir o tempo de percurso em cerca de sete minutos, representando um investimento global de 165 milhões de euros.

A obra foi adjudicada por 110 milhões de euros ao consórcio das empresas de construção civil Casais e Somafel e prevê-se que os trabalhos decorram durante três anos (36 meses).

Carlos Fernandes disse que "não há obras sem custos" e adiantou que "vai haver impactos a nível da oferta de exploração ferroviária".

Explicou que há obras que serão realizadas à noite, por exemplo entre as 23:00 e as 06:00, estando também previsto o encerramento da via na altura de inverno, entre novembro e março, para diminuir o impacto no turismo.

O fecho do troço será necessário, por exemplo, para concretizar as obras de rebaixamento dos túneis.

Tudo será, referiu, articulado com a Comboios de Portugal -- CP e as autarquias, e a alternativa passará por autocarros financiados pela IP.

O que se pretende é "oferecer o melhor serviço possível às populações, reduzindo com isso aquilo que são os impactos na sua vida diária ou no lazer", disse.

Carlos Fernandes afirmou que esta é "uma grande empreitada", uma "obra muito relevante" e "esperada há muitos anos na região".

Como benefícios desta empreitada destacou a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) - na ordem das 16 mil toneladas por ano -, o aumento da competitividade do sistema ferroviário, a criação de condições para um dia poder haver intercidades até à Régua.

A empreitada inclui, entre outros, a construção da catenária - eletrificação propriamente dita do troço --, a modernização de estações e apeadeiros, a construção de acessos para passageiros com mobilidade reduzida, uma intervenção em 40 taludes com mais problemas de segurança e o rebaixamento de seis túneis para criar altura para colocar a catenária.

As plataformas vão também ser prolongadas para 150 metros, permitindo assim que os comboios possam ser mais extensos,

Após a conclusão deste investimento, será assegurado, segundo a IP, o aumento da qualidade do serviço, através da melhoria das interfaces, bilheteiras nas estações e instalação de Sistemas de Informação ao Público.

O troço entre Caíde e Marco de Canaveses já se encontra eletrificado, num investimento de 33 milhões de euros.

Atualmente está também em curso o desenvolvimento do projeto de modernização para o troço entre a Régua e o Pocinho, avaliado em cerca de 180 milhões de euros, assim como os estudos para o troço final entre Pocinho e Barca d'Alva correspondendo a um investimento estimado de 80 milhões de euros.

O investimento global nesta linha está avaliado em cerca de 460 milhões de euros.

"Portanto, estamos a fazer, efetivamente, muita coisa na ferrovia, provavelmente como nunca foi feito em Portugal. Em termos daquilo que é a Linha do Douro, cerca de 150 quilómetros entre Caíde e Barca d'Alva, todos os troços estão a avançar em fases diferentes", referiu ainda o vice-presidente da IP.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, marcou presença nesta cerimónia, defendendo a eletrificação de toda a linha do Douro, até Barca d' Alva.

A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a eletrificação da via, bem como a reabertura do troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d'Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), desativado em 1988.

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