Documento é subscrito por mais de 300 enfermeiros do distrito de Lisboa.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) entregou esta quinta-feira um abaixo-assinado à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), exigindo a negociação de um novo contrato coletivo de trabalho a aplicar aos enfermeiros que exercem nas instituições privadas de saúde.
O documento é subscrito por mais de 300 enfermeiros do distrito de Lisboa.
"Os enfermeiros não percebem este contraste entre milhões de lucros destes grandes grupos económicos ligados ao negócio da doença e a sua desvalorização. Nós recebemos uma proposta em dezembro do ano passado, uma proposta inaceitável que abaixo do código do trabalho", afirmou Isabel Barbosa, da direção regional do SEP de Lisboa.
Falando aos jornalistas junto à APHP em Lisboa, a dirigente sindical recordou que a proposta realizada mantém as 40 horas de trabalho semanais, podendo atingir as 60 horas, caso seja necessário.
"Os enfermeiros não são uma mera mercadoria e, portanto, além disto, queremos a compensação do trabalho por turnos, dos feriados, do Natal, da Páscoa, das noites, que, neste momento, é muito pouco valorizado. Aquilo que (...) os enfermeiros pretendem são as 35 horas [de trabalho semanais], horários regulados. Ter uma vida", salientou Isabel Barbosa, indicando que também é exigido um "aumento de 15% em termos de salários".
A sindicalista especificou que, com a proposta de dezembro, os enfermeiros "poderão fazer horários violentíssimos", consequências para a vida pessoal de cada um.
"Com a possibilidade de aumentar o horário em quatro horas num dia, exigimos uma resposta, porque queremos negociar melhores condições para os enfermeiros", reforçou.
Questionada sobre o que o sindicato poderá fazer se não ver atendidas as reivindicações pela APHP, a sindicalista disse que serão discutidas ações de luta com os enfermeiros.
"Este abaixo-assinado (...) é resultado disso mesmo, de uma discussão com os enfermeiros. E avançaremos para outras formas de luta -- discutidas com os enfermeiros -- como fizemos até aqui", sublinhou.
Sobre o que a nova ministra da Saúde, Ana Paula Martins, pode fazer no setor, Isabel Barbosa pediu tempo e que a reunião com vista à resolução dos problemas da classe ainda não está agendada.
Também o dirigente do SEP Rui Marroni denunciou que os enfermeiros "fazem trabalho gratuito, sem qualquer compensação".
"Já há muita desregulação, mesmo sem o banco de horas, em que os enfermeiros acabam por fazer mais do que as 40 horas semanais. Não queremos que chegue ao ponto de aplicar as 60 horas. O código só prevê a aplicação do banco de horas por regulamentação coletiva e o SEP não assina, nem nunca assinou, nem vai assinar bancos de horas, porque isso só vai explorar os enfermeiros", acrescentou.
Numa nota enviada à agência Lusa, a APHP disse estar a negociar um novo contrato de trabalho com Sindicato dos Enfermeiros (SE), Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (Sindepor), Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal SIPENF), Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) e o Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), com exceção do SEP, no sentido de encontrar um compromisso em 2024 e nos próximos anos.
Fonte oficial da APHP afirmou que "todos os sindicatos são bem-vindos às negociações em curso".
A associação sustentou que tem procurado construir os compromissos que permitam valorizar os enfermeiros que trabalham nos hospitais privados.
"Queremos que os hospitais privados funcionem cada vez melhor e que esse contexto beneficie também todos os profissionais", frisou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.