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Fenprof salienta que continua a haver muito mais alunos no ensino público

Em 2023, havia 144 mil crianças inscritas no setor público, contra cerca de 120 mil em estabelecimentos privados.

16 de janeiro de 2025 às 12:10

A Federação Nacional dos Professores salientou esta quinta-feira que o aumento do número de estabelecimentos de ensino privado é um fenómeno circunscrito aos jardins-de-infância e escolas profissionais, mas continua a haver mais alunos inscritos no ensino público.

A Fenprof fala numa "demagogia a partir dos números para servir interesses privados", referindo-se a dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) sobre ensino público e privado, que considerou serem "usados sem que seja divulgada toda a verdade e, assim, pareçam o que, realmente, não são".

Numa análise aos dados da DGEEC, que mostram a evolução das duas ofertas entre 2013 e 2023, confirma-se uma predominância dos jardins-de-infância privados, que "têm uma forte componente privada, tanto lucrativa como de natureza dita social (principalmente IPSS e Misericórdias)".

Na última década, foram diminuindo o número de estabelecimentos de jardins-de-infância, em especial os públicos: No privado passaram de 1.901 para 1.839 (-62), enquanto no setor público a diminuição foi muito mais significativa, passando de 1.422 para 1.019 (-403).

No entanto, continua a haver mais crianças inscritas no setor público: Em 2023, eram mais de 144 mil, contra cerca de 120 mil em estabelecimentos privados.

A Fenprof aponta alguns motivos para este fenómeno, como "o encerramento de jardins-de-infância em pequenas localidades onde já não há crianças em idade pré-escolar" ou então o fecho e concentração em centros educativos ou escolas básicas, passando a ser contabilizado apenas um.

A maior estrutura sindical representativa dos professores diz ainda que o mesmo se passa com as escolas profissionais, que também são, essencialmente, privadas.

O número de alunos diminuiu tanto no setor público como no privado: Apesar de a redução ter sido superior no público, onde há apenas 12,7% de estabelecimentos contra os 87,3% do privado, o número de alunos em cursos profissionais é superior nas escolas públicas em mais de 19 mil, segundo as contas da Fenprof aos dados da DGEEC.

A Fenprof criticou ainda a politica do atual ministro da Educação, que tem vindo a anunciar a intenção de realizar contratos de associação na educação pré-escolar.

Para a federação, a solução deveria passar pelo alargamento da rede pública: "Celebrar contratos de associação na Educação Pré-Escolar, em vez de alargar a rede pública de jardins-de-infância, indicia uma clara opção pela privatização neste setor de Educação", defende.

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