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Gouveia e Melo diz que Portugal "não estava preparado" para administrar 20 milhões de vacinas Covid em seis meses

Coordenador da 'task force' rebateu críticas ao sistema de convocatória das pessoas.

31 de março de 2021 às 13:10

O coordenador da 'task force' do plano de vacinação contra a covid-19 assumiu hoje que Portugal não estava preparado para a administração massiva de vacinas num curto espaço de tempo e rebateu críticas ao sistema de convocatória das pessoas.

"As coisas não estavam preparadas. Se alguém pensa que estava tudo preparado, não estava. O país não estava preparado para dar 20 milhões de vacinas em cerca de seis meses. Há um conjunto de adaptações que estão a ser feitas em ritmo muito acelerado e também têm falhas e temos de viver com elas. Se alguém pensar que este processo vai ser isento de falhas, está a pensar mal, de certeza, e a exigir coisas que são impossíveis de fazer", disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo durante uma audição na comissão parlamentar de Saúde.

Gouveia e Melo admitiu que "o agendamento e a convocatória são uma elevada preocupação em termos organizativos", mas realçou o trabalho da 'task force' para "melhorar os dados", a criação de alternativas -- entre as quais destacou o sistema de autoagendamento -- e a montagem da operação e da logística necessárias para o processo de vacinação.

Manifestando-se certo de mais "contratempos", o coordenador da 'task force' lembrou a falta de tempo para o planeamento e a preparação de infraestruturas, mas recusou estar a queixar-se da missão a seu cargo.

"Estamos a conseguir responder, com dificuldades e preocupações, mas há um forte empenhamento, quer do Ministério da Saúde, quer dos profissionais no terreno. Não tenho de me queixar de nada", afirmou Gouveia e Melo reiterando ainda a preocupação com a capacidade dos sistemas de informação para gerirem os dados necessários à convocatória diária de 100 mil pessoas para vacinação a partir de maio.

"Estou preocupado neste momento em concretizar um plano que vacine 100 mil pessoas diariamente e que consiga 'em pico' até vacinar 150 mil pessoas. Isto não é uma corrida de 100 metros e sim uma maratona", observou ainda o responsável pela coordenação do processo de vacinação.

Às perguntas dos deputados sobre a contratação dos recursos humanos necessários para o reforço da operação no segundo trimestre - e que Gouveia e Melo já estimou em "cerca de 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 assistentes" -, o coordenador da 'task force' notou que "há 'luz verde' para a contratação" e realçou o caráter crítico deste processo para o país.

"Os recursos terão de aparecer e ser disponibilizados para fazer esta tarefa. Não me parece que vá haver um grande problema; claro que vai haver problemas de contratação, de preparação, de como vão ser os contratos, mas esse também é um problema com o qual não me posso preocupar neste momento. Desde que os recursos sejam disponibilizados, a minha grande preocupação é organizar esses recursos", sentenciou.

A pandemia de covid-19 já provocou em Portugal 16.845 mortes, entre os 821.104 casos confirmados de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

JYGO/HN // JMR

Lusa/Fim

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