Ministério detetou "muitas" situações de "aproximação à residência” e quer reduzir em 700 os docentes destacados.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) garante que há muitos professores a utilizar a Mobilidade Estatutária (ME), que permite exercer funções noutros organismos do Estado, para ficarem mais perto de casa.
“Verificou-se que muitas das mobilidades configuravam uma aproximação à residência e não é esse o objetivo desta figura”, afirmou o MECI ao Correio da Manhã: “Considerando a situação de escassez de docentes em diversos grupos de recrutamento e áreas territoriais e a necessidade de garantir o regular funcionamento das atividades letivas, impõe-se uma análise criteriosa dos pedidos de ME, salvaguardando o interesse público”.
Confrontada pelo CM, a Fenprof rejeita as acusações. “Isso é completamente falso. Não conheço ninguém nessas condições. Muitas CPCJ, Cercis, federações desportivas e outros organismos só funcionam porque existe a ME e porque os professores se disponibilizam. Conheço professores que por estarem em ME ficam mais longe de casa do que se estivessem na escola de provimento. Isto não tem ponta por onde se lhe pegue”, disse José Feliciano Costa, secretário-geral da Fenprof, considerando que o MECI “está a esconder o problema principal, que é a carreira estar desvalorizada e isso levar à falta de professores”.
O MECI anunciou que quer fazer regressar às suas escolas de provimento 35% dos professores em ME noutros organismos do Estado, o que significaria cerca de 700 docentes, tendo em conta que no ano letivo passado havia 2047 noutras entidades.
Segundo a tutela, o corte será aplicado nos casos em que as funções a desempenhar “não têm impacto direto nas aprendizagens curriculares”. Ao CM, o MECI especificou que os organismos que ficarão sem docentes serão “Municípios, Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), Comunidades Intermunicipais (CIM), associações culturais, fundações e instituições da administração pública não educativa”, uma vez que as funções aí desempenhadas são “predominantemente administrativas” e não estão “ligadas diretamente à prática pedagógica com alunos”.
As comissões de proteção de crianças e jovens (CPCJ) também deverão perder professores, devendo a função ser atribuída “a docentes das escolas da área territorial que estejam dispensados da componente letiva ou de funções docentes”, refere o MECI, acrescentando que a afetação deixa de ser feita no âmbito da ME e passa a ocorrer “no âmbito da distribuição de serviço, a tempo integral ou parcial”.
Os diretores alertam que sem docentes as CPCJ ficam em risco. “Se cortarem será uma desgraça, a menos que ponham técnicos superiores a substituir os docentes. As CPCJ já reclamam da falta de recursos humanos e não me parece boa política cortar ainda mais”, disse ao CM Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
No caso de professores destacados para projetos noutras escolas, estes deverão ser "assumidos por docentes da própria unidade orgânica", afirma a tutela.
O MECI garante que só autorizará a ME em casos de “reconhecido interesse público, com resultados impactantes na qualidade das aprendizagens dos alunos ou enquadramento em programas estratégicos”.
“O rigor na apreciação será determinante, pois a função a desempenhar terá de ser clara e objetiva”, afirma a tutela, frisando que “tem de existir correspondência entre o perfil do docente e as funções propostas e terá de existir a garantia de que a ausência do docente não compromete a atividade letiva regular, especialmente em grupos de recrutamento ou áreas territoriais com carência identificada”.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.