Dirigente sindical lembrou que o próximo feriado nacional se assinala a 5 de outubro e que, se até lá a situação não estiver resolvida, museus e monumentos voltarão a fechar.
O escasso movimento de turistas junto aos monumentos e museus nacionais em Belém, Lisboa, quase fazia passar despercebida a greve que os trabalhadores cumprem esta sexta-feira ao trabalho em dia feriado, cuja adesão rondou os 100%, segundo o sindicato.
Os trabalhadores da portaria e vigilância dos 38 equipamentos da Museus e Monumentos de Portugal regressaram esta sexta-feira à greve no quadro da paralisação em dias feriados que tem decorrido ao longo do ano, e que foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).
Em frente ao Mosteiro dos Jerónimos concentrava-se um piquete de greve, que ia distribuindo folhetos informativos aos poucos turistas que muito espaçadamente surgiam a pedir informações sobre o encerramento do monumento.
Segundo Catarina Simão, dirigente sindical, o dia de esta sexta-feira não espelha o que se tem passado nas greves anteriores, em que dezenas de turistas se concentram à porta dos edifícios fechados, a reclamar e a manifestar a sua frustração, formando filas que chegaram até à entrada do Planetário.
Esta sexta-feira, a única fila visível era a que se formava à entrada da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, que permanecia aberta a visitantes.
Catarina Simão explicou à Lusa que a justificação para esta mudança se deve às placas informativas sobre a greve, previamente colocadas à frente dos equipamentos, que não deixaram que os turistas fossem apanhados totalmente de surpresa.
"Hoje excecionalmente está muito pacifico", pois nas greves anteriores "houve situações complicadas de muito conflito", disse a sindicalista, mostrando-se convicta de que as placas com informação foram um "fator desmobilizador de quem possivelmente estaria na fila a esta hora para entrar".
A dirigente da FNSTFPS lembrou que a contestação dos trabalhadores começou há mais de um ano, em abril do ano passado.
"Com a extinção da DGPC [Direção-Geral do Património Cultural] e a criação de uma entidade pública empresarial, os trabalhadores viram alterado o pagamento em dia de feriado e estão em greve a todos os feriados nacionais, para um pagamento justo do trabalho", afirmou.
De acordo com a sindicalista, há trabalhadores "a receber pouco mais de 20 euros - 22 euros -, quando o salário de assistente técnico não chega a mil euros e o pagamento do trabalho em dia de feriado não chega a 50%, portanto, nem é um dia de trabalho".
O universo abrangido não chega às quatro centenas de trabalhadores, o que significa que os valores em causa "são cerca de 200 mil euros por ano", respeitantes a oito feriados nacionais (aqueles em que os museus habitualmente estão abertos), ou seja, "oito dias de trabalho para pagar a estes trabalhadores", acrescentou.
Em causa estão apenas trabalhadores da vigilância e receção, uma vez que os outros assistentes técnicos da área administrativa dos museus gozam os feriados.
"Vamos continuar até que o Governo apresente uma proposta válida que os trabalhadores queiram aceitar", assegurou Catarina Simão, manifestando-se, contudo, "muito expectante", com a "abertura" manifestada pelo novo Governo.
"A ministra [da Cultura, Margarida Balseiro Lopes], com quem nos reunimos no dia 15 de julho, informou que tinha umas ideias, que não podia ainda apresentar aos sindicatos, mas que iria falar com executivo e depois apresentaria a proposta".
De acordo com os dados da FNSTFPS, esta sexta-feira, na zona da Grande Lisboa, encontram-se encerrados o Mosteiro dos Jerónimos, o Museu dos Coches, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu do Teatro, o Museu Nacional do Azulejo, a Casa-Museu Anastácio Gonçalves e o Palácio de Mafra.
O Museu Nacional de Arte Popular abriu e o Picadeiro Real está também aberto mas com condicionamentos.
A sul, mantiveram as portas fechadas a Fortaleza de Sagres e o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo (Évora), ao passo que na zona Centro não abriram ao público o Convento de Cristo (Tomar), o Museu de Alcobaça, o Museu Nacional de Conímbriga (em Condeixa-a-Velha), enquanto o Museu Nacional Grão Vasco (Viseu) abriu, mas com condicionamentos.
No Norte do país, o Museu Alberto Sampaio, o Paço dos Duques de Bragança e o Castelo de Guimarães estão também fechados, disse Catarina Simão, adiantando não conseguir saber se o Museu Dom Diogo de Sousa (Braga) está fechado ou aberto, pois os responsáveis estão incontactáveis devido aos incêndios perto da região.
A Torre de Belém, o Museu Nacional de Arqueologia e o Museu Nacional de Dança não entram nesta equação, uma vez que estão encerrados para obras, no âmbito do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).
Catarina Simão lembrou que o próximo feriado nacional se assinala no dia 05 de outubro e que, se até lá a situação dos trabalhadores não estiver resolvida, os museus e os monumentos nacionais voltarão a fechar as suas portas.
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