Várias cirurgias foram canceladas.
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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou esta quarta-feira terem sido encerradas camas e canceladas cirurgias por falta de enfermeiros no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), criticando ainda o "despedimento" de profissionais contratados em regime de substituição.
"Face à agravada carência de enfermeiros, verificou-se o encerramento de camas e atividades em vários serviços/unidades" no HLA, em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, e "foram já canceladas cirurgias, consequência do encerramento de camas imprescindíveis para os utentes operados", refere o SEP, num comunicado enviado à agência Lusa.
Contactado esta quarta-feira pela Lusa, o presidente da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), que integra o hospital, Luís Matias, admitiu a necessidade de a "gestão de camas" ser feita "diariamente", tendo em conta os recursos disponíveis, mas negou o cancelamento de cirurgias, reconhecendo apenas ter sido cancelado "um turno adicional no serviço de ortopedia".
A dirigente do SEP Helena Neves disse à Lusa que no serviço de "ortopedia encerraram quatro camas" e nos serviços de "urologia e de ginecologia foram alterados mapas operatórios", alertando para o "agravamento da situação" com a saída prevista de seis enfermeiros até ao final de abril.
"O SEP confirmou o despedimento de, pelo menos, seis enfermeiros com contratos de substituição e com contratos ao abrigo da contingência da gripe, que já foram informados da não renovação dos seus contratos/despedimento", apontou o sindicato.
Segundo o administrador da ULSLA, a situação não está relacionada com a saída já prevista dos profissionais contratados temporariamente em regime de substituição e para o plano de contingência da gripe, mas antes com a "subdotação de enfermeiros" no mapa de pessoal, que está esgotado, e também com um "absentismo acima da média".
"A autorização que tínhamos para estes enfermeiros caducou, estavam em substituição, e, no caso da gripe, temos três autorizados até 30 de abril", especificou, assegurando que a administração da unidade de saúde está "a trabalhar" para "a ampliação do mapa de pessoal".
Afirmando que apenas podem ser substituídos enfermeiros com contrato individual de trabalho, em baixa durante mais de 30 dias ou em licença parental, o mesmo responsável indicou ainda terem sido recusados pela tutela os pedidos de substituição de três enfermeiros, estando a aguardar resposta a mais "cinco" e em preparação o pedido para "mais três".
Sem os dados específicos da taxa de absentismo dos enfermeiros, Luís Matias apontou valores de "12 a 14%" relativos a todo o universo de trabalhadores da ULSLA, que conta com 943 funcionários, dos quais 344 são profissionais de enfermagem.
"Há um absentismo acima daquilo que é esperado, com baixas médicas, situação que os conselhos de administração não podem, nem têm mecanismos legais para controlar", argumentou.
Reconhecendo que "muitos cuidados [são] assegurados por horas extra", o administrador admitiu dificuldades, revelando, a título de exemplo que, como aconteceu esta quarta-feira, "num bloco operatório, de 31 enfermeiros", estavam "24 para assegurar o serviço", estando os restantes de baixa.
Em fevereiro, Luís Matias defendeu, em declarações à Lusa, a necessidade de contratar mais 64 enfermeiros, número que estimava aumentar até ao final deste ano para 90, situação que, para resolver, argumentou, necessita da autorização da tutela para aumentar o mapa de pessoal.
O SEP convocou para o dia 06 de abril uma concentração junto ao HLA para protestar "contra o encerramento de serviços, pela admissão de enfermeiros e pelo reforço dos cuidados de saúde prestados pela ULSLA".
A ULSLA integra o HLA e os centros de saúde dos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e de Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira, no distrito de Beja, abrangendo uma população residente de cerca de 97 mil habitantes.
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