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Médico troca urgência por tourada

Cirurgião não quis acompanhar paciente no helicóptero, mas há indícios de que assistia a uma tourada.

09 de janeiro de 2019 às 01:30

O médico cirurgião do Hospital do Espírito Santo, em Évora, António Peças, que foi afastado pelo INEM do serviço de emergência médica por helicóptero, é alvo de um inquérito por parte do Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora, confirmou ao CM a Procuradoria-Geral da República.

A cessação do trabalho para o INEM ocorreu após um inquérito elaborado a partir de uma denúncia sobre a recusa do clínico em transportar um doente, alegando uma gastroenterite. Há, contudo, indícios que colocam o médico, à mesma hora, numa tourada, em Évora.

O caso remonta a 29 de outubro de 2017. Um doente de 74 anos sofreu um traumatismo craniano e o hospital de Évora decide pelo transporte por helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa. O transporte acaba por não ocorrer porque o médico alega estar indisposto, revelam gravações do INEM a que o CM teve acesso.

O doente foi então transportado por uma ambulância. Entretanto, um outro incidente ocorrido sensivelmente à mesma hora levanta suspeitas de que o médico estava a trabalhar na Arena d’ Évora, onde decorreu uma tourada. Noticiou então o site Toureiro.pt que o diretor da corrida, Marco Gomes, sofreu queimaduras e foi assistido pela equipa médica presente, que incluía António Peças.

Em entrevista à CMTV, António Peças diz que está a ser "vítima de uma perseguição" por parte do INEM, sublinhando que "no caso em concreto não foi ativado para o serviço de helicóptero", pois o estado clínico do doente não justificava este tipo de transporte. Quanto ao facto de estar na praça de touros, António Peças diz que não prestou serviço e que esteve no local uma hora antes da corrida apenas para entregar um documento necessário para a realização da tourada.

Ao mesmo tempo em héli e hospital

A denúncia que levou ao processo no INEM alega ainda que o médico António Peças trabalhava em simultâneo no Hospital do Espírito Santo, em Évora, e no héli do INEM. O hospital diz que "não faz declarações sobre este assunto".

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