Autoridade Nacional do Medicamento esclarece que acompanha o caso de Constança Braddell, a jovem de 24 anos que fez um post viral sobre a doença.
O acesso ao medicamento inovador Kaftrio para tratamento da fibrose quística, através de Autorização de Utilização Especial (AUE) submetida por um hospital do Serviço Nacional de Saúde, é possível desde finais de novembro, informou hoje o Infarmed.
Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento explicou que "enquanto decorre a sua avaliação" para efeitos de financiamento público, "existe a possibilidade de acesso ao medicamento da iniciativa do hospital, através de AUE, ao abrigo de um Programa de Acesso Precoce (PAP)" que, no caso do Kaftrio, foi "aprovado em 27 de novembro de 2020".
"Os pedidos de AUE são fundamentados pelo hospital requerente e incluem informação clínica detalhada do doente para o qual é solicitado o tratamento. Essa informação é, depois, avaliada caso a caso por peritos clínicos (médicos) pertencentes à Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde do Infarmed", frisa o comunicado recebido pela agência Lusa.
O esclarecimento do Infarmed surge "no seguimento das notícias relativamente ao acesso ao medicamento por uma doente específica", que se queixou da demora na aprovação em Portugal do Kaftrio, destinado ao tratamento daquela doença genética, hereditária e rara.
"Não quero morrer, quero viver", escreveu a jovem, de 24 anos, numa mensagem pública que se tornou 'viral' nas redes sociais.
Nesse sentido, o Infarmed esclarece que se encontra a acompanhar o caso "desde sexta-feira, após contacto da doente", a quem foi "desde logo contextualizado o acesso ao medicamento através de AUE a ser solicitada pelo hospital".
O instituto estatal explica que apesar de "no contexto da proteção de dados dos doentes" os pedidos de AUE serem anónimos, "após novo contacto da doente", entrou em contacto com o hospital que a segue "no sentido de verificar se existia, de facto, um pedido pendente e, se necessário, apoiar o hospital nesse processo".
Porém, "até ao momento não foi submetido ao Infarmed [qualquer] pedido para esta doente", tendo este facto sido "confirmado pelo hospital", de acordo com a agência.
"O Infarmed tem toda a disponibilidade para analisar o processo a fim de ser disponibilizado o medicamento à doente no mais curto espaço de tempo, [mas] apenas quando o pedido for submetido tal será possível", frisa o comunicado.
A Autoridade Nacional do Medicamento aproveita ainda para esclarecer que a autorização de introdução no mercado para os medicamentos inovadores é "atribuída pela Comissão Europeia, após parecer da Agência Europeia do Medicamento".
Após esta fase, e "para que possam ser utilizados e financiados pelo SNS", os medicamentos são submetidos a uma avaliação que deve "demonstrar vantagem terapêutica e económica", mas, enquanto decorre, os medicamentos podem ser utilizados mediante autorizações excecionais ao abrigo dos Programas de Acesso Precoce.
"De salientar que já em 2021 foram aprovados dois medicamentos inovadores para o tratamento da fibrose quística", sublinha o Infarmed.
No caso do Kaftrio, esclarece, o medicamento foi "aprovado pela Comissão Europeia em 21 de agosto de 2020" e o processo de avaliação teve início "ainda antes" da autorização de introdução no mercado.
"Com essa informação e nos termos da legislação em vigor, a empresa submeteu, em dezembro, o pedido de avaliação para efeitos de financiamento público e, no final de janeiro, a documentação solicitada pelo Infarmed para que possa ser efetuada a referida avaliação", acrescenta a agência do medicamento.
O Infarmed acrescenta ainda que, desde a aprovação do PAP para o Kaftrio, já aprovou "oito dos 10 pedidos de AUE submetidos", enquanto os outros dois, "submetidos recentemente", estão "em avaliação".
O esclarecimento do Infarmed ocorre no mesmo dia em que o PS entregou uma resolução no parlamento a apelar ao Governo para acelerar o processo de aprovação do Kaftrio, "assegurando a respetiva autorização de comercialização e o seu financiamento público de forma rápida e eficiente".
Ainda segundo o texto dos socialistas, estima-se que a nível mundial existam "sete milhões de pessoas" portadoras da anomalia genética da fibrose quística e cerca de 75.000 com a doença.
Em Portugal, "cerca de 400 pessoas sofrem com a doença", cujo principal efeito é a perda da capacidade respiratória, segundo dados divulgados em dezembro pela Associação Nacional de Fibrose Quística.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.