Há ainda outro utente internado no Hospital de Santa Maria da Feira por suspeita de contaminação.
O lar da Fundação Luiz Bernardo de Almeida, em Vale de Cambra, revelou esta sexta-feira que a instituição regista um óbito e um infetado por covid-19, mas que as autoridades não disponibilizam testes para rastreio dos seus 80 utentes.
Em declarações à Lusa, o diretor dessa instituição particular de solidariedade social do distrito de Aveiro fez o balanço da pandemia: um óbito quinta-feira de uma utente de 89 anos, a infeção de uma funcionária cujo diagnóstico foi esta sexta-feira confirmado e já está em isolamento e um outro utente internado no Hospital de Santa Maria da Feira por suspeita de contaminação, mas ainda a aguardar o resultado do exame
Contando com um quadro de cerca de 40 profissionais, José Carlos Coelho já tinha enviado 34 funcionários para isolamento domiciliário preventivo e deixara apenas 16 no lar, residindo em permanência num edifício próximo, mas, face ao caso de covid-19 detetado esta manhã numa das operacionais, enviou para casa a equipa em funções e substituiu-a pela que estava ausente.
"O problema é que nesta altura não há mais testes para ninguém e, considerando que o primeiro caso de infeção foi numa pessoa sem sintomas nenhuns, podemos estar todos a disseminar o vírus pela casa sem nos apercebermos disso", declara o diretor do lar.
José Carlos Coelho nota que os primeiros diagnósticos foram realizados por iniciativa da própria Fundação Luiz Bernardo de Almeida, que "pagou 2.400 euros por 16 testes", e afirma que a instituição aguarda agora as instruções da Unidade de Saúde Pública local e da Segurança Social de Aveiro quanto a novos procedimentos clínicos.
"Mas, ou não nos dão resposta nenhuma, ou dizem que não podem fazer nada, porque estão à espera que a Direção-Geral de Saúde lhes arranje testes e eles não chegam", diz o diretor do lar, notando que há utentes sob suspeita ainda a aguardar o agendamento dos respetivos testes.
Quantos ao desejável distanciamento físico entre utentes com e sem sintomas, José Carlos Coelho defende que "isso é impraticável".
"Onde é que os colocamos? Não há espaço para separar uns dos outros e o que podemos fazer é desinfetar tudo três vezes por semana, usar toda a proteção que pudermos e medir a febre dos utentes três ou quatro vezes ao dia, porque foi assim que os nossos dois enfermeiros detetaram o primeiro caso, que enviámos logo para o hospital", conclui.
A Lusa tentou ouvir o presidente da Câmara Municipal de Vale de Cambra para avaliação das alternativas de alojamento profilático para os utentes da Fundação Luiz Bernardo de Almeida, mas tal não foi possível até ao momento.
Dados da autarquia indicam que esse concelho de 147 quilómetros quadrados e quase 25.900 habitantes registava quinta-feira à noite 30 infetados, 36 casos suspeitos, 60 sob vigilância ativa e um óbito.
O novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 51.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, cerca de 190.000 recuperaram.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 9.034 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 209 morreram, 1.024 estão internados em hospitais, 68 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.
A 18 de março foi decretado o estado de emergência para todo o país, o que entrou em vigor às 00:00 do dia 22 e foi quinta-feira prorrogado até 17 de abril. A medida proíbe toda a população de circular fora do seu concelho de residência entre 9 e 13 de abril, para desincentivar viagens no período da Páscoa.
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