60% dos inquiridos admitiu já ter sido vítima de comportamentos violentos.
Maioria dos jovens que participou em estudo acha legítima a violência no namoro
Quase sete em cada dez jovens que participaram num estudo sobre violência no namoro acha legítimo o controlo ou a perseguição na relação e quase 60% admitiu já ter sido vítima de comportamentos violentos.
Os dados são de um estudo da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, apresentados hoje durante um 'webinar' sobre prevenção e combate à violência no namoro, promovido pela Comissão para a Igualdade de Género (CIG), no âmbito de um programa (Arthemis+) de prevenção primária de violência de género, que envolveu 4.598 jovens de escolas de todos os distritos do continente e ilhas, dos 7.º ao 12.º anos de escolaridade.
De acordo com o estudo, cujos dados são relativos a 2020, 67% dos jovens consideram legítima a violência no namoro, dos quais 26% acham legítimo o controlo, 23% a perseguição, 19% a violência sexual, 15% a violência psicológica, 14% a violência através das redes sociais e 5% a violência física.
Entre estes quase cinco mil jovens, cuja média de idades é de 15 anos, 25% acham aceitável insultar durante uma discussão, outros 35% que é aceitável entrar nas redes sociais sem autorização, 29% que se pode pressionar para beijar e 6% entendem mesmo que podem empurrar/esbofetear sem deixar marcas.
No que diz respeito às diferenças por género, é sempre por parte dos rapazes que a legitimação é maior, com destaque para o comportamento "pressionar para ter relações sexuais", em que a legitimação entre os rapazes (16%) é quatro vezes superior à das raparigas (4%).
Por outro lado, no que diz respeito aos indicadores de vitimação, o estudo da UMAR mostra que 58% dos jovens inquiridos admitiram já ter sofrido de violência no namoro, havendo 20% que admitiram ter sofrido violência psicológica, 17% terem sido vítimas de perseguição ou ainda 8% que foram vítimas de violência sexual.
Os indicadores de vitimação mais frequentes são insultar durante uma discussão (30%), proibir de estar ou falar com os amigos (23%) ou incomodar/procurar insistentemente (17%).
Também na vitimação há uma diferença de género, com uma prevalência de vítimas entre as raparigas, sobretudo na violência psicológica (22%), perseguição (19%) ou controlo (15%).
Durante o 'webinar' foram também apresentados dados do Observatório da Violência no Namoro, da associação Plano i, que em 2020 recebeu 69 denúncias, sobretudo por parte de ex-vítimas (53,6%) e testemunhas (37,7%), com uma média de idades de 26 anos, uma vez que este é um projeto dirigido sobretudo à população universitária.
De acordo com os dados apresentados, as vítimas são predominantemente mulheres, de nacionalidade portuguesa, estudantes e com uma orientação sexual heterossexual, enquanto as pessoas agressoras são maioritariamente do sexo masculino, com uma média de idades de 24 anos, maioritariamente namorados atuais das vítimas.
Os crimes reportados aconteceram sobretudo nos distritos de Lisboa, Porto e Braga, sendo as agressões verbais e emocionais as formas mais prevalecentes de violência no namoro.
"Em cerca de 26% dos casos, as vítimas foram sujeitas a ameaças de morte e/ou tentativa de homicídio", refere o observatório.
Em mais de 75% dos casos as vítimas não apresentaram queixa do agressor e as causas mais frequentes para explicar a prática da violência são os ciúmes e os problemas mentais das pessoas agressoras.
De 2017 a 2020, este observatório já recebeu 338 denúncias informais, sendo que "na maioria dos casos não houve apresentação de queixa às autoridades policiais".
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