Dados do Instituto da Segurança Social revelam que apenas 4% têm acesso a descanso.
Mais de 18 mil pessoas têm estatuto reconhecido de cuidador informal, 84% das quais mulheres que cuidam de progenitores ou filhos, muitas em sobrecarga intensa, mas poucas (4%) com acesso a descanso, segundo dados do Instituto da Segurança Social.
Os dados do Instituto da Segurança Social (ISS), apresentados esta quarta-feira durante um encontro sobre cuidadores informais organizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, mostram que entre os 18.149 cuidadores com estatuto reconhecido em 06 de outubro, 13.119 (72,2%) tinham plano de intervenção específico (PIE) e 12.221 (67,3%) avaliação de sobrecarga.
Dos mais de 12 mil cuidadores avaliados, mais de metade estava em sobrecarga, registando-se 34,1% em sobrecarga intensa e 26,4% em sobrecarga ligeira. Por oposição, 39,5% disse não sentir sobrecarga.
No entanto, é possível constatar que apenas 4,3% dos cuidadores com plano de intervenção específico beneficiaram de descanso do cuidador, tendo havido 19,6% com apoio psicossocial.
De acordo com a diretora da Unidade de Intervenção Social, do Departamento de Desenvolvimento Social do ISS, "apesar de o descanso do cuidador ser uma medida muito procurada, por razões óbvias, tem uma expressão muito baixa em termos de aplicabilidade".
"Muito por força de termos poucas respostas sociais e de ainda não ter sido legislada. Espero que ainda saia no decurso deste ano a legislação que vai criar a bolsa de cuidadores e que isso vá criar um novo 'boost' em termos de capacidade de resposta no descanso do cuidador", afirmou Susana Viana.
A responsável adiantou que entre os 13.119 cuidadores com plano de intervenção específico, a maioria já tem profissional de referencia, tanto para a área da saúde, como da segurança social, com percentagens a ultrapassar os 90%.
Relativamente ao perfil do cuidador informal, "sem grande surpresa", os dados apresentados mostram que a maioria dos cuidadores são mulheres (84%) e que média de idade está nos 57 anos. Em 37,35% dos casos, estas pessoas cuidam do pai ou da mãe, enquanto 31,55% cuida de um filho e 11,74% do marido ou da mulher.
A quase totalidade (96%) dos cuidadores cuida de uma pessoa, mas o ISS tem conhecimento de um caso em que uma cuidadora está responsável por cuidar de 10 pessoas, entre irmãos e pais.
A responsável do ISS defendeu que o Estatuto do Cuidador Informal veio reconhecer o papel dos cuidadores e a importância que têm na sociedade e alertou para a necessidade de se cuidar destas pessoas.
"Não só por uma questão de dignidade de direitos humanos, mas também porque, na verdade, se não tivermos este cuidado e se não cuidarmos dos cuidadores, eles rapidamente vão diminuir a sua capacidade de cuidar e vão eventualmente entrar em situações de completo 'burnout', com tudo o que isso pode implicar, quer para ele, quer para a pessoa ou pessoas de quem cuida", apontou Susana Viana.
Defendeu, por outro lado, que a medida tem o propósito de garantir respostas de forma a evitar a institucionalização das pessoas cuidadas e promovendo, sempre que possível e se for a sua vontade, a permanência em casa.
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