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Médico filho de portugueses é o novo 'Mister Gay Europe'

Michael Pereira pretende defender os direitos e o bem-estar de crianças e jovens LGBTQIA+.

25 de agosto de 2025 às 01:30

Um médico pediatra, filho de emigrantes portugueses e nascido na Suíça, é o novo Mister Gay Europe 2025, iniciativa que decorreu em Amesterdão, nos Países Baixos. “Quero usar a minha voz para defender os direitos e o bem-estar de crianças e jovens LGBTQIA+, que muitas vezes são esquecidos”, frisa o vencedor, Michael Esteves Pereira, de 31 anos, que diz sentir-se “profundamente ligado” à cultura e aos valores portugueses. “Esta vitória é também para a comunidade luso-suíça que tanto me apoiou”, explica.

Concurso pan-europeu criado em 2005 e que, aponta a organização, vai muito além da aparência física, o Mister Gay Europe promove a visibilidade, os direitos e a educação LGBTQIA+. Nesse sentido, os candidatos são avaliados em diversas categorias: conhecimentos sobre temas LGBTQIA+, discursos públicos, redes sociais, entrevistas com o júri e, sobretudo, através de um projeto pessoal de ativismo.

Michael Pereira pretende lançar a proposta ‘Safe to Grow’ (‘Seguro para Crescer’), que visa promover a proteção, visibilidade e saúde mental de crianças e adolescentes ‘queer’. “Muitas crianças enfrentam exclusão, bullying ou um silêncio que também dói. Sei isso por experiência própria. O meu objetivo é criar espaços seguros. Quero também formar professores e profissionais de saúde e informar e apoiar pais e familiares”, refere.

O agora eleito vai representar a Suíça em conferências, ações de educação e sensibilização. “Espero que muitas vozes se unam a esta mensagem”, acrescenta. “Este título representa para mim visibilidade como homem gay no campo da Medicina mas, acima de tudo, é uma responsabilidade”, numa altura em que um dos maiores desafios da comunidade “é o aumento do sentimento anti-LGBTQIA+ alimentado por desinformação e políticas restritivas em alguns países. Apesar do progresso em muitas áreas, há uma necessidade crescente de combater o discurso de ódio e defender direitos iguais e garantir a segurança e a dignidade em regiões onde a discriminação continua prevalecente”, reforça.

“Sofri muito bullying na escola”

“Cresci em Zermatt, uma pequena vila alpina, e aí sofri muito bullying na escola. Muitas vezes sentia-me sozinho e incompreendido. Deixei os outros controlarem a minha vida e levei anos para aceitar a minha orientação sexual.” Em entrevista à publicação britânica Scene Magazine, focada em notícias e iniciativas LGBTQIA+, Michael Pereira recorda a sua infância e a importância do seu projeto ‘Safe to Grow’: “Quero oferecer apoio e permitir espaços seguros. Devemos abordar o bullying, a invisibilidade e o estigma. Para isso, precisamos de recursos acessíveis. Muitas crianças ainda são deixadas sozinhas com os seus medos”, explica.

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