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Morre por haver doentes a mais

Ministério Público diz que excesso de doentes não permitiu dar resposta a todos os casos.

30 de maio de 2015 às 15:50

É uma vergonha, é o País que temos". É com revolta que Luís Filipe Nunes reage à notícia de mais um arquivamento do inquérito sobre a morte do pai, Hermenegildo Nunes, nas Urgências do Hospital de São José, a 27 de dezembro de 2014. Ontem, a decisão partiu do Ministério Público (MP) que, tal como o conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, arquivou o caso por inexistência de indícios da prática de crime.

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, o estado do Serviço de Urgência do hospital não permitiu aos médicos ou enfermeiros de serviço "dar resposta a todos os casos". A investigação aponta para um fluxo de 509 doentes a 26 de dezembro, dia em que Hermenegildo Nunes, de 83 anos, deu entrada nas Urgências. Este total representa mais 74 utentes do que os 435 considerados habituais.

Desta forma, decorreram "situações de objetivo desconhecimento dos casos concretos, o que inviabilizou a imputação de qualquer responsabilidade criminal", concluiu o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Luís Filipe Nunes, que tomou conhecimento da decisão do MP através da Comunicação Social, espera agora pela conclusão de uma terceira investigação, a cargo da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, e admite recorrer à Justiça.

Hermenegildo Nunes esperou seis horas nas Urgências, com pulseira amarela, sem ter tido qualquer tipo de assistência médica. O óbito foi declarado após o alerta do filho, que encontrou o pai numa maca.

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