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Mortalidade infantil dispara no distrito de Setúbal

Taxa de mortalidade em 5 anos estabilizou nos 2,6 óbitos por 1000 nados-vivos. Setúbal regista 3,5/1000, e Açores têm a taxa mais elevada: 3,6.

14 de setembro de 2025 às 01:30

A mortalidade infantil estabilizou em Portugal no conjunto dos últimos cinco anos, mas disparou na Península de Setúbal e nos Açores. Os dados publicados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos à taxa quinquenal (2020-2024) de mortalidade infantil, indicam que o país regista 2,6 óbitos de crianças com menos de 1 ano por cada 1000 nados-vivos. Valores que sobem para 3,5 na Península de Setúbal e para 3,6 na Região Autónoma dos Açores. Apenas as regiões Norte e Centro registam uma taxa de mortalidade infantil inferior à média nacional, com 2,2 óbitos/1000 nados-vivos. Por concelhos, aqueles onde há menos registos de nascimentos são os que têm a taxa mais elevada: isto explica-se porque basta que haja um óbito em cinco anos, num município onde nesse período tenham nascido 60 crianças (um bebé por mês), para que a taxa de mortalidade ronde os 17/1000. Nos municípios mais populosos, localizados nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, é no distrito de Setúbal que estão os exemplos mais preocupantes: Barreiro (4,8/1000), Almada (4,2), Seixal (3,9) e Moita (3,7). Na Amadora, a taxa é de 4,1/1000, situando-se no terceiro lugar dos concelhos da AML com a mais alta taxa de mortalidade infantil. Em Almada, registou-se uma subida significativa face ao quinquénio anterior (2019-2023), de 2,7/1000 para 4,2/1000, ou seja, um aumento de 56%. Outro concelho com aumento na mortalidade é Cascais, de 2,4 para 3,0/1000, bem como Palmela, de 1,1 para 1,7/1000. 

No ano passado, a taxa de mortalidade infantil rondou 3,0/1000 nados-vivos (um aumento de 20% face ao ano anterior), enquanto nos primeiros sete meses deste ano, ronda 2,7 óbitos por cada mil nados-vivos: entre janeiro e julho morreram 133 crianças com menos de 1 ano, tendo nascido 49684. Nos cinco anos (2020-2024), nasceram quase 420 mil bebés em Portugal, tendo-se registado o óbito de mais de 1100 com menos de um ano de idade, perfazendo a taxa de 2,6/1000 nados-vivos.

O aumento da mortalidade infantil levou em janeiro a Direção-Geral da Saúde a nomear uma comissão para avaliar os casos e fatores associados à mortalidade. Segundo os especialistas em saúde, vários fatores podem contribuir para o aumento registado no ano passado nalgumas regiões, incluindo o aumento da idade das mães, o aumento das gravidezes múltiplas e a desigualdade geográfica no acesso aos cuidados de saúde materna, como é o caso das urgências de ginecologia/obstetrícia. 

No caso da mortalidade neonatal (óbito de bebés com menos de 28 dias), a taxa no quinquénio 2020-2024 cifra-se em 1,7/1000 nados-vivos, igual à do período 2019-2023, e que corresponde a cerca de 710 óbitos nesta faixa etária, no total dos cinco anos. A região dos Açores é a que regista a taxa mais elevada (2,9/1000), seguindo-se a Península de Setúbal (2,1/1000) e Alentejo (2/1000). Na Área Metropolitana de Lisboa, Seixal (3,1), Amadora e Moita (2,5 cada) são os concelhos com as taxas mais elevadas. Os óbitos neonatais também estão incluídos nas tabelas de mortalidade infantil.

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