A espécie tem o estatuto de "vulnerável" em Portugal e conta com uma população de cerca de 90 casais.
O ressurgimento do efetivo de cegonha-preta está em crescendo no Douro Internacional, onde este ano foram recenseados 10 casais e um total de 21 crias pré-voadoras, indicou hoje à Lusa a diretora do Norte do ICNF, Sandra Sarmento.
"Este conjunto de 10 casais de cegonha-preta (Ciconia niegra) teve uma produtividade de 2,6 crias voadoras por casal, no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), o que constitui um valor acima da média, podendo estar associado à grande disponibilidade trófica nas charcas e cursos de água, por ter sido uma Primavera chuvosa", especifica a responsável regional do Norte do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
De acordo com o ICNF, o canhão fluvial do Douro, escarpado e inacessível no seu troço fronteiriço, alberga desde há muito um dos mais importantes núcleos nidificantes de cegonha-preta da Península Ibérica.
"Nesta zona, a espécie muito tímida tem um comportamento rupícola, ou seja, seleciona exclusivamente rochedos verticais, em geral próximos da margem, para instalar os seus ninhos", disse Sandra Sarmento.
Segundo os especialistas em avifauna, os ninhos localizam-se uniformemente nos dois lados da fronteira - em Portugal, no Parque Natural do Douro Internacional e em Espanha, no Parque Natural de Arribes del Duero.
Nestas duas Áreas Protegidas, que totalizam 200 mil hectares, a cegonha-preta, assim como outras aves rupícolas, são seguidas e vigiadas, ano após ano e durante a nidificação, por uma equipa transfronteiriça com cerca de 20 elementos que incluem Vigilantes da Natureza (ICNF), Agentes Medioambientales (Junta de Castela e Leão), e biólogos de ambos os organismos.
Para além da avaliação da sua situação, dos seus parâmetros reprodutores e das ameaças, a espécie foi alvo de ações de conservação, das quais se destacam a abertura de charcas e implementação de medidas de minimização dos riscos de colisão e eletrocussão, devido à presença de linhas elétricas.
"No âmbito deste seguimento transfronteiriço, manteve-se o protocolo de visitas regulares aos ninhos, mesmo na presente temporada de nidificação, em que houve condicionamentos às deslocações entre os dois países", frisou Sandra Sarmento.
Assim, foi confirmado, que num dos ninhos que estava a ser monitorizado (situado do lado português), dois juvenis tinham morrido no seu interior.
Essa situação ocorreu na fase final do seu desenvolvimento, quando a grande maioria das crias dos outros ninhos já tinha saído dos mesmos. Assim, organizou-se uma deslocação para recolha dos cadáveres e observação de todos os indícios sobre a causa da morte.
Não foram encontradas evidências das causas de mortalidade mais comuns, nomeadamente predação, cordões de plástico, ou ação humana direta.
Os exemplares foram enviados, através do Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal (CIARA) de Felgar, para o Laboratório de Anatomia Patológica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde será feita a sua necropsia e avaliação das causas de morte.
O ICNF divulgou que em Portugal a espécie tem o estatuto de "Vulnerável" segundo o Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal, e conta com uma população de cerca de 90 casais.
O PNDI é uma área protegida que abrange a área em que o rio Douro constitui a fronteira entre Portugal e Espanha, bem como o rio Águeda, afluente do Douro. Inclui áreas dos municípios de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo.
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