De acordo com o relatório, Alemanha e Polónia vão suportar com mais de 50% de todos os custos.
Os custos associados à vaga de refugiados da Ucrânia nos países europeus da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vão rondar, este ano, os 26,6 mil milhões de euros, segundo uma estimativa apresentada esta segunda-feira pela organização.
O cálculo, avançado no relatório "O Panorama das Migrações Internacionais na OCDE 2022", divulgado esta segunda-feira pela organização internacional de cooperação, prevê que os custos ultrapassem a fasquia dos mil milhões de euros em cinco países: Alemanha, Polónia, República Checa, Espanha e Roménia.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, e a consequente guerra que dura há quase oito meses, provocaram a fuga do país de milhões de pessoas, uma crise de refugiados que já foi classificada como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em meados de setembro passado, perto de 5 milhões refugiados da Ucrânia foram registados em toda a União Europeia (UE) e noutros países da OCDE, dos quais cerca de 4 milhões se inscreveram para proteção temporária ou proteção nacional semelhante na Europa.
De acordo com as estimativas da OCDE, a Alemanha e a Polónia vão suportar com mais de 50% de todos os custos, embora a maior despesa por refugiado deva ser verificada na Suíça, Bélgica e Luxemburgo.
Os países onde o custo dos refugiados da Ucrânia terá menor peso 'per capita' serão a Hungria, a Grécia e a Roménia, refere a organização no relatório, divulgado esta segunda-feira.
Os países europeus da OCDE responderam rapidamente à crise dos refugiados, concedendo autorizações de imigração a cidadãos ucranianos, com isenções de visto, possibilidade de estadias prolongadas e dando prioridade aos seus pedidos de ajuda.
O Conselho da UE ativou, pela primeira vez, a diretiva de Proteção Temporária, que prevê um conjunto de direitos harmonizados para os beneficiários em todos os Estados-membros do bloco comunitário.
Os países da OCDE não pertencentes à UE também responderam rapidamente, desenvolvendo medidas para facilitar a entrada e permanência de pessoas ucranianas que fogem da guerra.
Em alguns casos, os países não pertencentes à UE usaram as vias existentes para admitir ucranianos, mas em outros foram estabelecidas políticas específicas, como aconteceu no Canadá, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Essas medidas incluíram, por regra, o fornecimento de abrigo de emergência, subsídios financeiros, bem como acesso à educação e aos serviços de saúde.
"Embora continue a ser difícil avaliar as consequências económicas globais desta crise sem precedentes, é possível estimar os custos associados ao acolhimento e apoio aos refugiados ucranianos nos países europeus da OCDE", avança a organização no documento, explicando que as estimativas cobrem um período de 10 meses em 2022.
A maior parte de todos os custos da Europa está relacionada com o fornecimento de alojamento e subsídios aos refugiados ucranianos, devendo o valor chegar aos 17,2 mil milhões de euros.
Como esperado, estes custos devem ser mais altos para a Polónia (6,2 mil milhões de euros) e para a Alemanha (4,4 mil milhões de euros).
O custo de garantir o acesso à educação dos refugiados ucranianos é estimado em cerca de 5,1 mil milhões de euros e, mais uma vez, os países que fazem fronteira com a Ucrânia e aqueles onde já existiam mais migrantes desta nacionalidade (República Checa, Itália, Alemanha e Espanha) deverão ter os gastos mais elevados.
Com a saúde, os cálculos dos custos tiveram em conta que os refugiados ucranianos são mais jovens do que a população geral da Ucrânia e do país de acolhimento.
No total, espera-se que os países de acolhimento gastem 4,4 mil milhões de euros com a saúde dos ucranianos em fuga, com a Alemanha a ocupar o primeiro lugar entre os que despenderão mais dinheiro, somando 1,4 mil milhões de euros.
A Polónia - que tem os custos de saúde 'per capita' mais baixos -- deverá gastar 664 milhões de euros, enquanto a República Checa deverá canalizar 341 milhões de euros.
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