Adolescentes entre os 13 e os 15 anos utilizam cigarros eletrónicos em taxas mais elevadas do que os adultos em todas as regiões da organização.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou esta quinta-feira para o "uso alarmante" de cigarros eletrónicos por crianças e jovens, apelando para "ação urgente" de controlo do consumo, para minimizar danos para a saúde.
"São necessárias medidas firmes e decisivas para impedir a aceitação de cigarros eletrónicos com base no conjunto crescente de provas da sua utilização por crianças e adolescentes e dos danos para a saúde", alerta a OMS no relatório 'Electronic Cigarettes Call to Action'.
O relatório alerta que os cigarros eletrónicos, enquanto produtos de consumo, "não demonstraram ser eficazes para deixar de fumar" e que, em vez disso, "surgiram provas alarmantes sobre os efeitos adversos para a saúde".
Segundo a OMS, os adolescentes entre os 13 e os 15 anos utilizam cigarros eletrónicos em taxas mais elevadas do que os adultos em todas as regiões da OMS. No Canadá, as taxas de consumo entre os jovens dos 16 aos 19 anos duplicaram entre 2017 e 2022, e no Reino Unido o número de jovens consumidores triplicou nos últimos três anos.
A OMS salienta que os cigarros eletrónicos foram autorizados no mercado livre e são comercializados de "forma agressiva" junto dos jovens. "As crianças estão a ser levadas a cigarros eletrónicos desde cedo e podem ficar viciadas em nicotina", alerta o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado em comunicado, em que exorta os países a implementarem "medidas rigorosas para impedir a adesão e proteger os seus cidadãos, especialmente as suas crianças e jovens".
A OMS aponta a necessidade de os países que proíbem a venda de cigarros eletrónicos reforçarem a aplicação da proibição e pede aos que permitem a sua comercialização que garantam regulamentações rigorosas para reduzir o consumo, incluindo a proibição de todos os sabores, limitando a concentração e a qualidade da nicotina e tributando-os.
O diretor da OMS para a Promoção da Saúde, Ruediger Krech, diz, por seu turno, que os cigarros eletrónicos "visam as crianças através das redes sociais e de influenciadores, oferecendo pelo menos 16 mil sabores".
"Alguns desses produtos usam personagens de desenhos animados e têm 'design' elegante, que atrai a geração mais jovem", diz Ruediger Krech, citado no comunciado, alertando para o "aumento alarmante no uso de cigarros eletrónicos entre crianças e jovens, com taxas superiores ao uso adulto em muitos países".
A OMS adverte que os cigarros eletrónicos com nicotina são "altamente viciantes e prejudiciais para a saúde. Embora os efeitos a longo prazo na saúde não sejam totalmente compreendidos, foi estabelecido que geram substâncias tóxicas, algumas das quais são conhecidas por causarem cancro e outras que aumentam o risco de doenças cardíacas e pulmonares".
O seu consumo também pode afetar o desenvolvimento do cérebro e levar a distúrbios de aprendizagem para os jovens. Para travar esta situação, a OMS defende que "são necessárias medidas urgentes para prevenir a utilização de cigarros eletrónicos e combater a dependência da nicotina, a par de uma abordagem abrangente da luta antitabaco à luz das circunstâncias nacionais".
"As estratégias de cessação devem basear-se nas melhores provas disponíveis de eficácia, acompanhadas de outras medidas de controlo do tabagismo e serem sujeitas a monitorização e avaliação. Com base nos dados atuais, não se recomenda que os governos autorizem a venda de cigarros eletrónicos como produtos de consumo na prossecução de um objetivo de cessação", defende a OMS.
A agência das Nações Unidas acusa a indústria do tabaco de lucrar com "a destruição da saúde", estando "a utilizar estes novos produtos para conseguir um lugar na mesa de decisão política para fazer 'lobby' contra as políticas de saúde".
"A indústria do tabaco financia e promove provas falsas para argumentar que estes produtos reduzem os danos, ao mesmo tempo que promove fortemente estes produtos junto de crianças e não fumadores e continua a vender milhares de milhões de cigarros", critica a OMS.
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