Além da formação, o Bastonário da Ordem dos Médicos considera necessário que o Serviço Nacional de Saúde tenha capacidade para contrar os profissionais.
O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu esta segunda-feira em Setúbal que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem a obrigação de continuar a formar médicos, mesmo que muitos deles continuem a sair, a custo zero, para o setor privado.
"Obviamente que, neste momento, o Serviço Nacional de Saúde forma - e é uma obrigação formar esses médicos -, mas, a partir daí, o SNS também tem que ter capacidade para os poder contratar. E neste momento não tem", disse Carlos Cortes, depois de sublinhar que o mais importante é o Ministério da Saúde garantir melhores condições de trabalho aos profissionais do SNS.
"Que eu saiba estamos num país livre em que as pessoas podem escolher o seu local de trabalho. O que eu quero é que o Ministério da Saúde capacite o SNS para ter boas condições de trabalho para os médicos e para conseguir captar estes médicos. É isso que nós queremos e, se houver boas condições, obviamente que os médicos vão ficar no Serviço Nacional de Saúde", assegurou Carlos Cortes.
O bastonário dos médicos, que falava aos jornalistas depois de uma visita ao Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), respondeu desta forma ao ser confrontado com a saída de muitos médicos formados pelo SNS, que vão para o setor privado sem qualquer contrapartida para o Estado.
Sobre o Hospital de São Bernardo, Carlos Cortes disse tratar-se de uma unidade hospitalar com "problemas crónicos que já perduram há muitos anos e que acabam por inviabilizar muitas das respostas que o hospital quer dar e que deveria dar".
"Em primeiro lugar, encontrei aqui médicos muito dedicados, médicos que verdadeiramente querem segurar este hospital, mas têm dificuldades em termos de recursos humanos. É muito difícil, neste momento, contratar médicos que são absolutamente necessários para este hospital", justificou Carlos Cortes, dando como exemplo o que se passa na especialidade de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, que "deveria ter 23 especialistas e tem sete".
"Na Medicina Interna há um problema que nos foi referido - e aqui o Ministério da Saúde tem que ter uma intervenção muito marcada e muito rápida -, que tem a ver com os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, em que na área da ressonância magnética, da Tomografia Axial Computorizada (TAC), das ecografias, das análises, da anatomia patológica, há atrasos absolutamente inaceitáveis, que, neste momento, estão pôr em risco (isso foi dito na reunião) o tratamento das pessoas e, por isso, a boa saúde das pessoas", frisou.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, "o que se pede ao Ministério da Saúde é que invista, que dê condições aos hospitais, nomeadamente a este, que tem condições muito degradantes, por exemplo, no Serviço de Urgência", observou, notando contudo que estão a decorrer as obras do novo Serviço de Urgência, do novo edifício.
O bastonário dos médicos advertiu ainda que, a par da construção do novo edifício do Hospital de São Bernardo, também é necessário investir nos recursos humanos e nos meios de diagnóstico.
"Se este hospital não comprar equipamentos adequados, nomeadamente na área da imagiologia - uma ressonância magnética -, se não tiver aqui um quadro de radiologistas capazes de ajudar a oncologia médica, a cirurgia, a gastroenterologia, enfim, um conjunto de outras especialidades, a medicina interna, obviamente que os médicos, se não tiverem condições para tratar os seus doentes, não se vão querer manter no Serviço Nacional de Saúde. São necessárias essas condições. E é isso que se pede ao Ministério da Saúde, que capacite este hospital para este hospital poder reter os médicos", reiterou o bastonário dos médicos.
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