Emigrante mata saudades da família através do Skype. Bebé ouve o pai e ri-se.
A crise está a acentuar o cenário de desertificação de vilas e aldeias do Interior. As pessoas abandonam a terra natal na procura de melhores condições de vida, e para conseguir o sustento da família muitas vezes deixam-na para trás em alturas determinantes da vida.
Foi o que aconteceu com Francisco José Cardoso, de 35 anos, residente em Chavães, no concelho de Tabuaço, que foi obrigado a emigrar para Hamburgo, na Alemanha, um mês antes da segunda filha nascer. O emigrante ainda não teve a felicidade de abraçar a pequena Mariana, de a beijar, de estar junto dela. Apenas a ouve todos os dias, a ela, à esposa e à outra filha, Mara, de 8 anos, através do Skype – conversação por vídeo.
"Falamos todos dias à noite, após ele chegar do trabalho; é uma emoção", diz a mãe Helena dos Santos, de 33 anos, adiantando: "Só em dezembro, pelo Natal, é que o meu marido vai estar com a bebé. É a vida... Mas a Mariana, sempre que o ouve através do computador, ri-se. Conhece bem a voz do pai".
"A emigração é um mal menor, pois não há trabalho nesta região. São dificuldades que temos de ultrapassar, mas as saudades são muitas", diz Helena Santos, lamentando que o marido "esteja tão longe da família".
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