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Pais pedem intervenção da DGESte para alterar horários do 2.º ciclo em escola de Alenquer

Os dois ciclos mais afetados por esta alteração totalizam cerca de 900 alunos, 338 do 2.º ciclo e 569 do 3.º ciclo.

10 de agosto de 2021 às 18:06

Centena e meia de pais pediram a intervenção da DGESte para alterar os horários definidos para os alunos do segundo ciclo na Escola Pêro de Alenquer, alegando que a mudança para o horário da tarde prejudicará 338 alunos.

A contestação tem por base a alteração dos horários divulgada pelo Agrupamento de Escolas Damião de Goes, onde se integra a Escola Básica Pêro de Alenquer, dando nota de que os alunos do 5.º e 6.º anos, que no último ano letivo tiveram aulas de manhã, passarão, este ano letivo, para o horário da tarde.

A decisão originou "manifestações de desagrado e revolta por parte de diversos pais e encarregados de educação", disse à agência Lusa o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas Damião de Goes (APADG), Nuno Oliveira, que enviou à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESte) um pedido de "intervenção imediata".

A discordância havia já sido transmitida à direção do agrupamento e terá levado à realização de uma reunião extraordinária do Conselho Pedagógico, órgão responsável pela elaboração dos horários, e que justificou a medida com o critério de equidade.

Na resposta à APADG, a direção da escola considerou "ser muito difícil reverter a mudança" dos horários, alegando que tal "comprometeria o início das atividades letivas".

Tanto mais que, referiu a direção da escola, no dia 01 de setembro tem início a segunda fase dos exames nacionais "o que implica uma logística organizacional muito minuciosa, exigindo vigilâncias e correção de exames".

Ainda que admitindo como legítimas as preocupações dos pais, a escola remeteu para o ano letivo 2022/2023 a atribuição do horário da manhã ao 2.º ciclo.

Posteriormente, a associação enviou, na segunda-feira, uma exposição à DGESte, assinada por 146 pais, que exigem a alteração dos horários, com base em três critérios: componente pedagógica, segurança dos alunos e acompanhamento familiar.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, alegam que a componente pedagógica será prejudicada dada a menor "capacidade e predisposição de miúdos de nove e 10 anos para iniciar o período escolar pelas 13:40, possivelmente após terem já estado em diversas atividades durante o período da manhã".

 "Os próprios professores irão, com toda a certeza, sentir muito mais dificuldades em captar a atenção dos alunos e em ensinar", pode ler-se na exposição em que os pais dizem não entender "como pode esta opção ser defendida pelo Conselho Pedagógico".

No que toca à segurança dos alunos, "nomeadamente os que necessitam de se deslocar sozinhos, por impossibilidade de os pais os irem buscar ou dificuldades financeiras para contratação de um serviço de transporte", a APADG considera que "podem deslocar-se com muito maior segurança" no horário da manhã, lembrando que "ocorrem com frequência enganos dos alunos em apanhar o autocarro correto e que a empresa de transportes tenta ajudar a resolver, responsabilizando-se por ficar com eles até que os pais os possam ir buscar ou trazendo-os inclusivamente de volta para a escola".

 E por último, referem, o acompanhamento familiar fica "impactado drasticamente" com a saída dos alunos às 18:30, face à "incapacidade dos pais os poderem acompanhar nos trabalhos de casa", sendo "toda a logística de trabalhos de casa, banhos e jantar fortemente afetada ou mesmo impossível de realizar".

Se os horários não forem alterados para o período da manhã os pais "podem vir a ser obrigados a procurar resposta fora do agrupamento, o que para além dos óbvios transtornos que irá causar à gestão e organização da sua vida familiar é também altamente prejudicial para a organização da autarquia em termos de transportes e demais apoios a famílias carenciadas ou mesmo o aumento muito acentuado do número de crianças sinalizadas pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens", alerts a associação.

Além disso, defendem os pais, ainda há tempo para "desencadear e cumprir todas as formalidades processuais, a tempo de evitar situações ainda mais dramáticas do que aquelas já atualmente vividas por crianças, alunos, pais e encarregados de educação nestes tempos de pandemia" de covid-19.

Os pais pediram à DGESte que "dê início imediato ao processo de averiguação e reposição da normalidade, apoiando a Direção através de todos os meios necessários que permitam reverter a decisão "e alterar os horários".

À agência Lusa vários pais queixaram-se ainda da dificuldade em encontrar ATL's para os alunos e admitiram avançar com o fecho da escola se a situação não for revertida

O Agrupamento de Escolas Damião de Goes, em Alenquer, no distrito de Lisboa, conta com mais de 2.700 alunos, desde a pré-primária ao ensino secundário.

Os dois ciclos mais afetados por esta alteração totalizam cerca de 900 alunos, 338 do 2.º ciclo e 569 do 3.º ciclo.

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