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Poluição e ruído contribuem para a infertilidade

Investigação na Dinamarca analisou como fatores afetam a fertilidade de dois milhões de homens e mulheres.

05 de setembro de 2024 às 20:34

Um novo estudo realizado na Dinamarca verificou que a exposição prolongada à poluição atmosférica e ao ruído do tráfego pode estar associada aos casos de infertilidade, mas que os fatores afetam de forma diferente os homens e as mulheres.

A infertilidade afeta uma em cada seis pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Trata-se de uma doença do sistema reprodutor masculino ou feminino, definida pela incapacidade de conseguir uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem proteção.

Apesar de ser um problema que se verifica mundialmente, são nos países em desenvolvimento que se verifica mais pessoas inférteis. A prevalência ao longo da vida foi de 17,8% nos países de rendimento elevado e de 16,5% nos países de rendimento baixo e médio.

Este estudo, que o The Conversation consultou, destaca a forma como a exposição ambiental pode ter efeitos imediatos e a longo prazo e pode afetar de forma diferente a reprodução masculina e feminina. Foram recolhidos dados de mais de dois milhões de homens e mulheres que viviam na Dinamarca entre 1 de janeiro de 200 e 31 de dezembro de 2017. Os visados tinham idades compreendidas entre os 30 e os 45 anos e viviam com o parceiro ou eram casados. 

Os investigadores analisaram a relação entre a morada dos inquiridos e o nível de poluição no ar e de ruído do tráfego. O estudo identificou 16 172 homens inférteis (em 526 056) e 22 672 mulheres (em 377 850).  

A forma como a poluição e o ruído do tráfego afeta diferiu de homens para mulheres. De acordo com os resultados, os homens têm um rico de infertilidade 24% maior ao estarem expostos a níveis de poluição 1,6 vezes ao máximo recomendado pela OMS. 

O impacto das alterações ambientais na fertilidade masculina - como a exposição a poluentes tóxicos - tende a manifestar-se mais rapidamente do que nas mulheres, afetando o número e a qualidade dos espermatozoides.

No caso das mulheres, a exposição ao ruído do tráfego a 10,2 decibéis acima da média (55-60 decibéis) foi associada a um aumento de 14% do risco de infertilidade para as inquiridas com mais de 35 anos.

O estudo apresenta algumas limitações, nomeadamente, por não inquirir indivíduos ou analisar fatores biológicos - como os níveis hormonais e a massa corporal. No entanto, pode constituir um passo para futuras investigações. 

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