Coordenador da comissão de acompanhamento assumiu que concentração de serviços foi "uma das primeiras propostas" apresentadas ao Governo.
A proposta de revisão da rede de referenciação em obstetrícia e ginecologia, que permitirá concentrar serviços, será entregue ao Governo no final de setembro, revelou esta segunda-feira o coordenador da comissão de acompanhamento da resposta em urgência para estes serviços.
Numa conferência de imprensa sobre as escalas dos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia no mês de agosto, o coordenador da comissão de acompanhamento, Diogo Ayres de Campos, assumiu que a concentração de serviços foi "uma das primeiras propostas" apresentadas ao Governo, mas que "do ponto de vista legal tal não era possível".
"A concentração de recursos só será possível dentro do quadro da rede referenciação (...), o que ocorrerá apenas depois dos meses de verão", afirmou Ayres de Campos.
As redes de referenciação hospitalar, que existem para várias especialidades, servem para regular as relações de complementaridade e apoio técnico entre os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde para garantir o acesso de todos os doentes aos serviços e às unidades prestadoras de cuidados de saúde.
Na conferência de imprensa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, disse que as escalas para agosto nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia ainda não estão completas e sublinhou que essa era, neste momento, a prioridade do Governo.
"Aguardamos a apresentação das propostas finais [da comissão] e o Governo cá estará para tomar as decisões politicas necessárias, sempre suportadas em decisões técnicas", afirmou.
Questionado sobre a eventual concentração de serviços, o governante afirmou: "quer a concentração de recursos, quer um eventual encerramento de maternidades é um tema que exige muita ponderação. É um trabalho que tem de ser muito ponderado e analisado. É um tema sensível".
Defendeu ainda que o "funcionamento em rede é a melhor garantia para poder dar confiança e tranquilidade às grávidas" que recorrem ao Serviço Nacional de Saúde.
Por seu lado, além de defender a necessidade de rever a rede de referenciação, Ayres de Campos afirmou que há também "alguma escassez" de orientações técnicas da Direção-Geral de Saúde nesta área, o que levou a que "cada hospital tivesse seguido caminhos próprios naquilo que oferece às populações, bem como na forma como estes são implementados".
"Somos 826 especialistas e 281 internos em Portugal continental e estamos, de facto, num momento muito sensível da história da obstetrícia e ginecologia nacional. Claro que já ocorreram momentos difíceis no passado, mas este, apesar de não ter sido criado por nós, cabe-nos a nós ajudar a resolver", salientou coordenador da comissão de acompanhamento.
Diogo Ayres de Campos apontou as causas que levaram a esta situação como alguns hospitais terem equipas médicas "muito desfalcadas, com médias etárias muito elevadas e algumas assimetrias entre equipas dos hospitais".
A perda gradual da atratividade da carreira médica no SNS, que levou à saída de muitos profissionais, e o recurso a prestadores de serviço, "o que condiciona menor sentimento de pertença aos serviços e menor espírito coletivo", foram outras razões referidas pelo responsável.
O excesso de atendimentos nas urgências, que condiciona a necessidade de um elevado número de médicos nas equipas, tem repercussão na disponibilidade para outras atividades programadas essenciais como o bloco operatório, as consultas ou as ecografias.
"Enfim, o diagnóstico está feito e penso que é relativamente consensual entre os médicos de obstetrícia e ginecologia, mas todos sabemos que não chega fazer um diagnóstico para resolver um problema. Também não é apenas apontando os erros ao passado que conseguimos modificar o curso da história. Precisamos de encontrar soluções", declarou.
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