Sob o lema "Paz sim! NATO não!", a manifestação foi também dirigida contra os ataques de Israel e dos EUA no Irão.
Dezenas de pessoas concentraram-se, esta terça-feira, em Lisboa contra a "corrida ao armamento", no dia em que começou a Cimeira da NATO em Haia, num protesto convocado pela central sindical CGTP e pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação.
Sob o lema "Paz sim! NATO não!", a manifestação realizada ao fim do dia na praça José Saramago, no centro de Lisboa, foi também dirigida contra os ataques de Israel e dos EUA no Irão, bem como para o apelo ao Governo português para que reconheça o Estado da Palestina.
Atrás de uma faixa onde lia "Bloco político militar não, sistema de segurança coletiva sim", os manifestantes empunharam bandeiras com imagens de pombas e a palavra "paz", além de cartazes a exigir o fim da "escalada da guerra" ou vaticinando que "a Palestina vencerá".
Em declarações à Lusa, Isabel Camarinha, da direção nacional do Conselho de Português para a Paz e Cooperação (CPPC), justificou a convocação do protesto com a mensagem de que "não se pode continuar neste caminho de crescimento das guerras, de cada vez mais a despesa com armas, com o militarismo, o belicismo, quando os povos precisam e podem ter uma vida digna, uma vida em que haja paz e segurança".
Para isso, "é preciso que a NATO seja dissolvida", defendeu a ex-secretário-geral da CGTP, no dia em que começou em Haia a Cimeira da NATO, que será dominada pela discussão de um aumento substancial das despesas em defesa dos estados-membros, incluindo Portugal, acima do atual compromisso de 2% do PIB.
"A nossa Constituição, aprovada depois do 25 de Abril, preconiza no plano internacional que as relações de Portugal devem ser de procura da resolução política e pacífica dos conflitos, do desarmamento geral e controlado, da dissolução dos blocos político-militares", advertiu a atual dirigente do CPPC.
Nesse sentido, argumentou que, com a dissolução do Pacto de Varsóvia, no fim da Guerra Fria entre os blocos ocidental e de leste, ficou "apenas a NATO, a promover guerras e conflitos em todo o mundo", destacando que os países da Aliança Atlântica "concentram a maior parte do armamento no mundo, o que mostra bem quem é que é agressivo e quem é agredido".
Além disso, Isabel Camarinha assinalou que a outra mensagem central do protesto desta terça-feira está relacionada com a situação no Médio Oriente, "não só o genocídio brutal do povo palestiniano que Israel está a perpetrar", numa alusão à Faixa de Gaza, mas também "toda a promoção de conflito e de guerra que Israel faz com o apoio dos Estados Unidos".
A dirigente do CPPC condenou igualmente os bombardeamentos dos Estados Unidos no passado domingo contra instalações nucleares do Irão, contribuindo para "escalar ainda mais este clima de guerra" e a instabilidade no Médio Oriente, que "nunca acabará enquanto a Palestina não for um Estado livre e independente", o que exige uma afirmação de Portugal.
"O nosso Governo (...) tem reconhecer o Estado da Palestina, como já devia ter feito há muito tempo, como a maioria dos países da ONU já fizeram", apelou Isabel Camarinha, que, es anunciou uma nova concentração "pela paz no Médio Oriente" em 05 de julho, em Lisboa.
Entre os manifestantes, vários dos quais exibindo bandeiras da Palestina ou trajados com lenços palestinianos, Dinis Lourenço membro do conselho nacional da CGTP, referiu-se também ao "papel do que tem sido historicamente a NATO, como fator de desestabilização, de ingerência por todo o mundo".
O dirigente sindical criticou o "aumento do discurso belicista" e da "escalada armamentista" em perspetiva no encontro dos aliados em Haia, que "é exatamente o caminho oposto do que os trabalhadores e o povo precisam".
Dinis Lourenço apontou "o desinvestimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, na saúde, na educação" e lamentou que o Programa do Governo tenha optado por "um aumento no orçamento nas despesas militares", antevendo que o atual executivo vai estar "disponível para aceitar tudo aquilo que venha da Cimeira da NATO".
Em causa, pode estar uma meta de 3,5% do PIB em despesas de defesa tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e outros 1,5% em infraestruturas de dupla utilização (militar e civil).
"O que nós precisamos é exatamente do contrário", insistiu o dirigente da central sindical, dando eco das palavras de ordem da concentração desta terça-feira em Lisboa, ao exigir "caminhos para o diálogo e para a resolução pacífica e política dos conflitos", a par de uma agenda social.
A manifestação de protesto contra a NATO será realizada também na quarta-feira no Porto, com início às 18:00 na rua Alexandre Braga.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.