Estado foi lesado na venda de medicamentos.
O médico Pedro Souto, um dos 12 arguidos no processo de fraude de receitas médicas denominado "Costa Vicentina", revelou esta terça-feira à tarde no julgamento que deixou de passar receitas sem a presença dos doentes a partir do momento em que reconheceu o nome de um doente já falecido.
No processo, em que o principal arguido é o farmacêutico Rui Alves (detido há 22 meses) foi ouvido nas varas criminais do Campus da Justiça, em Lisboa, João Príncipe Diogo que em 2013 era inspetor da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde.
O perito revelou que foi feito um levamentamento de receitas que foram passadas em nome de mortos. Entendeu Príncipe Diogo que o Estado foi lesado por ter comparticipação estes medicamentos.
Outra das irregularidades detetadas foi os doentes terem por exemplo pago três medicamentos e a receita médica remetida para o Centro de Conferência de Faturas referir quatro medicamentos para serem comparticipados.
Jaime Diniz, advogado de Rui Alves rebateu este argumento referindo que entre as receitas médicas e os talões de venda os dois únicos pontos coincidentes era a data e o número de venda. Os nomes dos medicamentos não eram os mesmos nem os preços. Afirmação com a qual o perito concordou.
Ouvida pelo coletivo de juízes, a médica Ana Luísa Moreira, afirmou que nada cobrou por passar receitas em nome de doentes que não conhecia. Aceitou passar receitas por três vezes em 2011, 2012 e 2013 por a irmã, diretora de uma das farmacias visadas, lhe ter pedido as receitas com carácter de urgência.
Segundo afirmou em tribunal eram doentes crónicos que precisavam de tomar os referidos medicamentos e para os quais não havia à data um médico no concelho de Aljezur para os atender.
Um outro médico arguido, Josué Silva disse que nos Centros de Saúde do Sul do país, os médicos passam ao final do dia receitas médicas sem a presença dos doentes. Uma prática também referida por Ana Luís Moreira e também por Pedro Souto. Os arguidos são acusados dos crimes de burla, falsificação de documentos e corrupção.
Os três médicos referiram em tribunal que agiram para ajudar os doentes. Idêntica afirmação foi revelada na sessão anterior do julgamento pelo médico Francisco Escobar.
Em causa estará um proceso em que os médicos eram convidados a passarem as receitas médicas em nome dos doentes sendo pagos a dois ou três euros por receita. O convite partia de Rui Alves e da mulher Natália Ali, então gestores das farmacias de Aljezur e Odeceixe, no mesmo concelho e Bensafrim (Lagos).
O argumento avançado era a dificuldade em encontrar um médico disponível nos centros de saúde para realizar consultas presenciais.
Os medicamentos aviados eran comparticipados pelo Estado, mas nem todos terão tido por destino os doentes. O Serviço Nacional de Saúde terá sido lesado em cerca de um milhão de euros.
Francisco Henrique, presidente do coletivo de juízes afirmou que o que está em causa é apurar se as receitas são falsas. Ou seja, que os doentes não foram beneficiados por estes medicamentos tal como defende a magistrada do Ministério Público, Carla Dias.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.