Resultado do Inquérito Serológico Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
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Os resultados do Inquérito Serológico Nacional (ISN) 2015-2016, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), revelam que mais de 92% dos indivíduos estudados possuem anticorpos para os agentes causadores do tétano, poliomielite, rubéola e sarampo. No entanto, há preocupações a registar relativamente há imunização contra algumas destas doenças, como por exemplo, o Sarampo e a parotidite epidémica (vulgarmente conhecida como papeira), em algumas faixas etárias.
Nos casos em se verificaram menores níveis de imunização, os investigadores do ISN recomendam a sua monitorização e a elaboração de estudos adicionais que clarifiquem as causas do que se observou, de forma a assegurar que essas doenças no futuro não venham a ter expressão maior entre a população.
No caso do sarampo, refere o inquérito que " a proporção de indivíduos seropositivos para o vírus sarampo, entre os 10 e os 44 anos, foi menor do que a observada no ISN 2001-2002, não existindo imunidade de grupo nestes grupos etários".
Assim, "atendendo à elevada transmissibilidade do vírus do sarampo os valores de seroprevalência encontrados nos indivíduos com idades compreendidas entre os 10 e os 44 anos, devem ser monitorizados e alvo de estudos adicionais que clarifiquem as causas do que se observou, de forma a assegurar a eliminação do sarampo em Portugal".
Já sobre o Vírus da parotidite epidémica (papeira), "as crianças entre os 2 e os 4 anos e os jovens entre os 15 e os 19 anos foram os grupos onde a seroprevalência foi menor sendo inferior a 80%". Perante estes valores, é recomendada nos jovens entre os 15 e os 19 anos, a monotorização para "evitar-se a ocorrência de surtos e a circulação do vírus na comunidade".
O inquérito do INSA aponta ainda algumas fragilidades na imunização da população contra, a Bordetella pertussis (tosse convulsa). A evidência de circulação desta bactéria em adultos reforça a importância da vacinação contra a tosse convulsa, de alguns grupos populacionais, de forma a prevenir a transmissão da bactéria a outros onde o risco de infeção se traduz em doença grave.
Também no que diz respeito ao tétano, lê-se no documento que, apesar de todas as crianças entre os 2 e os 9 anos, incluídas no estudo, possuírem anticorpos contra a toxina do tétano, 7,0% das crianças entre os 2 e os 4 anos e 2,6% das crianças entre os 5 e os 9 anos apresentaram concentração abaixo do valor considerado protetor. "Estes resultados sugerem que todas estas crianças foram vacinadas, no entanto, a vacinação não induziu o desenvolvimento de anticorpos em nível que confira protecção", conclui o inquérito do INSA.
Em relação ao Vírus da poliomielite, " a proporção de indivíduos, entre os 2 e os 14 anos, com anticorpos neutralizantes, foi globalmente superior a 90%", mas nas crianças com primo-vacinação (2-4 anos) a proporção de seropositivos foi inferior a 90% . O que merece também reflexão em relação à efetividade da imunização.
A imunização contra a rubéola também foi avaliada. A proporção de indivíduos com nível de anticorpos protetor contra a rubéola foi superior a 90% em todos os grupos etários com exceção dos jovens entre os 15 e os 19 anos. Nesta faixa etária também é recomendada a monotorização da vacinação.
Além destas doenças, o ISN incluiu o estudo da prevalência de Infeções Sexualmente Transmissíveis IST), nomeadamente infeção por Chlamydia trachomatis (Clamídia) , sífilis, por VIH e hepatite
O INSA destaca os resultados para uma prevalência de 2,7% para a Clamídia, que está em consonância com as estimativas europeias de prevalência para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos). A seroprevalência para a Sífilis foi de 2,4%, observando-se valores mais elevados nas idades mais avançadas, que poderão ser explicados pela elevada incidência da sífilis em Portugal nas décadas de 60 e 70 do século passado.
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