Paralisação afeta apenas as ligações inter-ilhas, nos Açores.
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A greve dos técnicos de manutenção de aeronaves da SATA Air Açores obrigou hoje ao cancelamento de 15 ligações inter-ilhas das 32 planeadas, anunciou hoje a companhia aérea.
"Em consequência do primeiro dia de paralisação dos técnicos de manutenção de aeronaves da SATA Air Açores foram canceladas 15 ligações inter-ilhas das 32 ligações planeadas, tendo sido possível transportar 1.083 passageiros, até às 16:00 [hora local, mais uma em Lisboa]", adiantou hoje ao final do dia a companhia aérea açoriana, em comunicado de imprensa.
A greve, que se prolonga até segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) e pelo Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema), afetando apenas os voos inter-ilhas.
O Tribunal Arbitral decretou a realização de 16 ligações durante o dia hoje, 18 no domingo e 22 na segunda-feira.
Segundo a SATA, foi "acionado um plano de contingência que permitiu reacomodar, antecipadamente, a maioria dos passageiros com reservas efetuadas" nestas datas.
Ainda assim, adiantou, em comunicado de imprensa, "encontram-se por reacomodar 166 passageiros, que ainda não chegaram ao seu destino final", a quem "tem sido prestada assistência em terra, designadamente alojamento, refeições e transporte".
A companhia aérea salientou que se verificaram "congestionamentos suplementares e a necessidade de reacomodar um número considerável de passageiros em voos alternativos ou suplementares", devido às condições atmosféricas adversas registadas nos últimos dias.
Na quinta-feira, o mau tempo obrigou ao cancelamento de oito voos da SATA Air Açores e da Azores Airlines (que efetua ligações para o exterior do arquipélago), afetando cerca de 1.000 passageiros.
Na sexta-feira, foram ainda afetados outros 1.200 passageiros, devido ao mau tempo e a uma avaria numa aeronave.
Contactado pela Lusa, ao início da tarde, o porta-voz da companhia aérea, António Portugal, disse que os passageiros da Azores Airlines seriam todos reacomodados noutros voos hoje, mas o mesmo não seria possível assegurar aos passageiros da SATA Air Açores.
Em comunicado de imprensa, a transportadora aérea lamentou "o transtorno causado", acrescentando que "continuará a desenvolver todos os esforços no sentido de minorar os inconvenientes que esta situação tem causado aos seus clientes".
Segundo o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Filipe Rocha, a adesão à greve foi de 100% e deverá manter-se igual no segundo dia.
"A adesão será certamente igual. A nossa expectativa era que a empresa, percebendo que os trabalhadores não vão arredar das suas convicções, nos chamasse e que chegássemos a acordo, uma vez que não estamos longe e que já cedemos muito naquilo que eram as pretensões iniciais deste grupo de trabalhadores, mas a empresa parece não estar preocupada com o Natal da população", salientou, em declarações à Lusa.
Filipe Rocha disse que não houve qualquer contacto da companhia aérea para retomar as negociações, mas manifestou vontade do sindicato para o fazer.
"Havendo uma aproximação daquilo que nos separa, nós teríamos tido toda a vontade para suspender e ainda temos vontade de suspender este pré-aviso de greve, desde que a empresa seja consciente daquilo que é a sua capacidade negocial", afirmou.
Os trabalhadores reivindicam uma "valorização profissional", alegando que há funcionários "constantemente a sair" para outras companhias aéreas.
"É uma carreira que está muito valorizada no mercado e que a empresa não quer reconhecer. E também há uma necessidade de fixar na SATA estes trabalhadores, que têm uma certificação difícil de obter e que a empresa está a deixar sair todos os anos, porque não paga de acordo com o que o mercado está a indicar que deve pagar", referiu o dirigente do Sintac.
Os técnicos de manutenção de aeronaves da SATA Air Açores já se encontravam em greve à realização do trabalho noturno a efetuar das 24:00 às 08:00, bem como à prestação de trabalho extraordinário, desde 28 de outubro.
Para a companhia aérea, as reivindicações apresentadas "continuam a ser consideradas incomportáveis pelo conselho de administração", tendo em conta o "difícil contexto que atravessam as empresas que constituem o grupo empresarial".
O grupo SATA fechou 2018 com um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.
De acordo com o relatório de contas do primeiro semestre de 2019, o grupo registou prejuízos de 26,9 milhões de euros na Azores Airlines e de 6,6 milhões na SATA Air Açores nos primeiros seis meses do ano.
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