Há muito menos docentes de Matemática e Ciências da Natureza, de Geografia ou de Educação Especial, segundo a lista da Fenprof.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) estima que se as aulas começassem esta quinta-feira haveria cerca de 400 mil alunos sem todos os professores atribuídos, um "quadro mais negro" do que o vivido no ano passado.
"Em relação ao ano passado, neste momento, o quadro é mais negro, nós estamos muito pior no que à falta de professores diz respeito", alertou José Feliciano Costa, secretário-geral da Fenprof, em declarações à Lusa a três semanas do início das aulas para os alunos do ensino básico e secundário.
No ano passado "havia 164 horários sem professores atribuídos, e agora há mais de três mil", disse o sindicalista, baseando-se nos dados divulgados na semana passada pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) sobre os concursos que colocaram quase 19 mil docentes, mas deixaram 3.152 horários por preencher.
Segundo Feliciano Costa, muitos desses horários já não têm candidatos e, "se as aulas começassem hoje haveria mais de 400 mil alunos sem professores".
No entanto, até começarem as aulas, as escolas poderão contratar através das reservas de recrutamento. Mas também aqui o sindicalista considera que "a situação é mais complicada", porque há menos 2.566 docentes disponíveis nas reservas de recrutamento. "No ano passado tínhamos mais de 19 mil e este ano rondam os 16 mil", disse.
A Fenprof alerta para uma redução generalizada de candidatos na maioria dos grupos de recrutamento, atingindo "valores particularmente alarmantes" no 1.º ciclo do Ensino Básico (menos 27,7%), entre os professores de Inglês do 1.º ciclo (menos 36,8%) e os que ensinam Português e Inglês (menos 42,3%).
Também há muito menos docentes de Matemática e Ciências da Natureza, de Geografia ou de Educação Especial, segundo a lista da Fenprof, onde aparecem também os professores de Inglês ou de Português.
Nos estabelecimentos de ensino em que os horários continuem por preencher, os diretores poderão também avançar para a contratação de escola, o que significa ter professores não profissionalizados a dar aulas, uma opção cada vez mais recorrente nos últimos anos.
"A situação agrava-se com a entrada residual de novos professores, que continuam a ser insuficientes para compensar as 2.054 aposentações registadas este ano até 31 de agosto. São mais do que no ano passado", lamentou Feliciano Costa, concluindo que "o plano "+ Aulas + Sucesso" não deu resultado no ano passado e vai continuar a não dar resultado este ano. Não se veem medidas eficazes e de fundo para resolver o problema".
O secretário-geral da Fenprof alertou ainda para erros no concurso de colocação de professores que mudaram de Quadro de Zona Pedagógica (QZP) mas enganaram-se no preenchimento da candidatura, uma falha que não foi identificada pelo sistema, que validou candidaturas incorretas.
"Estas situações, até serem corrigidas, criam grande instabilidade e angústia para os docentes e suas famílias, sobretudo quando implicam afastamento significativo da sua residência", alerta a maior estrutura sindical representativa da classe.
Também a Federação Nacional da Educação (FNE) disse hoje já ter recebido vários pedidos de apoio de docentes que reportaram erros no preenchimento das candidaturas à Mobilidade Interna.
"Estes lapsos, que em muitos casos decorrem também de limitações do próprio sistema/plataforma concursal, não podem, em circunstância alguma, resultar em penalizações para os professores", defende a FNE, pedindo à tutela a rápida correção dos erros e a divulgação de orientações claras a todas as escolas e serviços que garantam que nenhum docente será prejudicado.
"Num contexto de grave escassez de professores e perante a urgência da preparação e organização do ano letivo 2025/2026, esta situação assume especial relevância, podendo comprometer a estabilidade e o normal funcionamento das escolas no início de setembro", alerta a FNE.
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