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Sindicato rejeita "chantagem" com trabalhadores do setor social dos Açores

Organização sindical critica a postura das misericórdias e instituições sociais de solidariedade social (IPSS) por ameaçarem não pagar o subsídio de Natal.

14 de novembro de 2025 às 20:11

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) criticou esta sexta-feira a utilização dos trabalhadores do setor social dos Açores como "instrumento de chantagem" por parte das instituições.

"Não aceitamos que, em vez de cumprir as suas obrigações com os trabalhadores, a União Regional de Misericórdias dos Açores [URMA] utilize os trabalhadores e o não cumprimento das suas obrigações salariais como instrumento de chantagem, num conflito ao qual os trabalhadores são alheios", alerta o sindicato em comunicado.

O STFPSSRA critica a postura das misericórdias e instituições sociais de solidariedade social (IPSS) por ameaçarem não pagar o subsídio de Natal.

"As remunerações já por si baixas, muito baixas, que os trabalhadores das misericórdias dos Açores auferem nunca foram uma preocupação da URMA, que, ao invés de valorizar os trabalhadores, ainda ameaça o Governo com o não pagamento do subsídio de Natal, mesmo onde o pode fazer".

O sindicato exige "respeito pelos trabalhadores" e o cumprimento do disposto na contratação coletiva.

"É inaceitável que se coloque sequer a ideia de os trabalhadores não receberem o subsídio de Natal atempadamente, como inaceitável é a sua instrumentalização para conflitos entre empregadores e governo", avisam.

A URMA revelou, na segunda-feira, em comunicado, que as misericórdias da região estiveram reunidas em assembleia geral ordinária, no sábado, e "manifestaram a sua preocupação pela situação económico-financeira que atravessam e, por unanimidade, expressaram a dificuldade em pagar o subsídio de Natal aos seus trabalhadores no mês de novembro".

Na quinta-feira, o presidente da Segurança Social dos Açores garantiu que "está a ser ultimado" o acordo que permitirá transferir mais de um milhão de euros para os vencimentos de novembro e subsídio de Natal de instituições sociais e misericórdias.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras defendeu também na quinta-feira "soluções urgentes" para "milhares de trabalhadores" das IPSS e misericórdias nos Açores, que correm o "risco iminente" de falta de pagamento dos salários de novembro e do subsídio.

A situação também mereceu críticas dos partidos, com o BE/Açores a considerar "inadmissível" que o pagamento de salários e do 14.º mês aos trabalhadores possa estar em causa. O PS/Açores defendeu que "não é aceitável" a República não atualizar os acordos para aquelas instituições e que o Governo Regional "nada faça".

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