page view

Sindicatos de professores ameaçam novos protestos com dezenas de milhares nas ruas

Mário Nogueira, da Fenprof, afirmou que "da próxima vez não vão ser 2.000 ou 2.500, vão ser dezenas de milhares na rua".

24 de janeiro de 2019 às 15:04

Cerca de 2.000 professores, segundo números dos sindicatos, exigiram esta quinta-feira em Lisboa que o Governo comece já a negociar a contagem dos anos em que as carreiras estiveram congeladas, e ameaçam que da próxima vez poderão ser muito mais

No fim de uma marcha entre o Ministério da Educação e o edifício do Conselho de Ministros, o dirigente sindical Mário Nogueira, da Fenprof, afirmou que está dado "o sinal de que na próxima vez não vão ser 2.000 ou 2.500, vão ser dezenas de milhares na rua".

A exigência dos professores é que o Governo comece imediatamente a negociar o modo e o prazo como vão ser contados para as carreiras os nove anos, quatro meses e dois dias em que a progressão esteve congelada.

Pela Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva falou aos manifestantes para dizer que desistir está fora de questão e que o ano letivo tranquilo pretendido pela "sociedade, famílias e professores" está "na mão do governo".

"Não pode empurrar a solução deste problema para o Governo seguinte", afirmou.

A professora do ensino básico Telma Caio, de Alenquer, disse à agência Lusa que trabalha há 17 anos e que menos de metade desse tempo vai contar para a sua progressão na carreira, garantindo que "os professores vão continuar a lutar".

"Um país desenvolvido pauta-se pela segurança, saúde e educação. São os três pilares que estão nas últimas", referiu.

João Bogalho, professor de Educação Visual, afirmou que quem tem na mão o fim da insatisfação e agitação nas escolas é o PS e, sobretudo, os partidos que apoiam o governo: PCP, Bloco de Esquerda e Verdes.

"Isto tem estado envolvido num cinismo sem explicação, quando dizem que devolveram os rendimentos aos portugueses. Eu não sei a quem, porque a nós não devolveram nada", argumentou.

O professor da escola Padre Francisco Soares, em Torres Vedras, defendeu que as direções das escolas "já deviam ter tomado partido sobre isto, como se vê as direções dos hospitais a ameaçarem e a demitirem-se em bloco porque as coisas não estão bem".

"Embora estejam do nosso lado, não têm tomado atitudes nenhumas para pressionar o Ministério da Educação a resolver estes problemas".

Na escola onde trabalha, os professores já disseram que não vão trabalhar "nem mais um minuto" para além do seu horário.

"Foram muitos anos a dar muito tempo que não nos é devolvido", justificou.

O protesto desta quinta-feira foi convocado por uma plataforma de dez estruturas sindicais que têm reivindicado a contagem integral dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8